Institucional

1º Domingo da Quaresma, ano B

15.02.2024
Liturgia

1º Domingo da Quaresma, ano B

Oração: “Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”.

Primeira leitura: Gn 9,8-15
Aliança de Deus com Noé, salvo das águas do dilúvio.

O livro do Gênesis faz a sua releitura do mito babilônico do dilúvio, que assolou a humanidade primordial. Na versão bíblica, o dilúvio é visto como um castigo de Deus, que “se arrepende” de ter criado os seres humanos, pois “seus corações tendiam unicamente para o mal” (Gn 6,5-6). A maldade e violência humanas, como um vírus mortal, contaminaram toda a terra. Por isso, Deus decide exterminar a humanidade, junto com os animais que vivem sobre a terra (Gn 6,7). E o texto apresenta o motivo: “Decidi pôr fim a toda criatura mortal, pois a terra está cheia de violência por sua causa (da humanidade corrompida). Mas ao mesmo tempo, Deus escolhe Noé, um homem justo, e sua família e lhe ordena construir uma grande barca (arca) para salvar sua família um casal de todas as espécies de animais. Terminado o dilúvio, Noé oferece um sacrifício a Deus. Então, Deus promete nunca mais exterminar homens e animais com um dilúvio, “pois a tendência do coração humano é má desde a infância” (Gn 8,21-22). Deus toma a iniciativa de fazer uma aliança com Noé e seus descendentes e com todos os animais. Sem exigir nada em troca, promete nunca mais exterminar a vida sobre a terra com um dilúvio. Compromete-se a manter a regularidade das estações do ano e um clima propício para a vida de homens e animais sobre a terra: “Enquanto a terra durar, semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais hão de acabar” (Gn 8,22). Da parte de Deus, a continuidade da vida sobre a terra está garantida, pela aliança que estabelece com a humanidade e com todos os seres vivos. Se o arco-íris tem a função de lembrar a Deus o seu compromisso com a vida Gn 9, é também um sinal para os seres humanos que Deus os colocou como cuidadores de toda a vida na Terra (Gn 1,27-31). – Hoje, as mudanças climáticas provocadas pela nossa civilização consumista são um alerta para cuidarmos melhor de nosso planeta, fazendo os a nossa parte para que a vida seja possível.

A liturgia de hoje inicia uma grande catequese batismal. Liga as águas do dilúvio, do qual surgiu a nova humanidade, com os novos tempos da boa-nova do Reino de Deus. Dele participamos pelo batismo, recebendo “uma boa consciência” e a vida divina (2ª leitura).

Salmo responsorial: Sl 24

Verdade e amor são os caminhos do Senhor.

2. Segunda leitura: 1Pd 3,18-22

O Batismo agora vos salva.

A catequese batismal da leitura que ouvimos transmite alguns elementos do Credo: Cristo morreu por nossos pecados, desceu à morada dos mortos (3,18-19), ressuscitou e “recebeu vida nova pelo Espírito” (3,18.21), subiu ao céu e foi exaltado à direita de Deus (3,22), donde virá a julgar os vivos e os mortos (4,5). O batismo purifica a consciência e nos orienta para onde Cristo nos quer levar. Ao morrer, Cristo desceu à morada dos mortos para salvar também os que não foram salvos por ocasião do dilúvio (1ª leitura).

Aclamação ao Evangelho

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus.

3. Evangelho: Mc 1,12-15

Foi tentado por Satanás, e os anjos o serviam.

Após ser batizado por João Batista, Jesus é conduzido pelo Espírito ao deserto, onde permanece em oração durante quarenta dias. É tentado por Satanás, mas vence as forças do mal. Refaz a caminhada de Israel no deserto (40 anos), mas permanece fiel. Vive entre os animais selvagens, um sinal que a era messiânica, anunciada por Isaías (11,6-8), está começando. Tudo parece indicar que em Jesus veio o novo Adão, que corrige o pecado do primeiro Adão. Marcos lembra que, no momento do batismo de Jesus, os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre Ele. A missão de João Batista termina quando ele é preso e começa a de Jesus, que retoma a pregação de João: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (4ª Feira de Cinzas). João preparou a vinda do Reino de Deus. O anúncio de Jesus não é mera continuação da pregação do Batista. Com Jesus temos a plenitude da boa-nova. A vinda do Reino de Deus exige conversão, mudança de atitude, como é proposta pela liturgia da Quaresma. Práticas que sinalizam a conversão neste tempo são a esmola, o jejum e a oração. Que estas práticas nos ajudem a tornar realidade o que pedimos na oração do dia: “Ao longo da Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”.

Frei Ludovico Garmus, OFM

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