MISTÉRIO PASCAL: SÍMBOLO DE UNIDADE

A celebração Pascal possui uma riqueza de significados inigualável; ela é símbolo da unidade de todo o gênero humano, sinal de perdão e reconciliação entre os povos e a partir da Ressureição, é fonte de todo o mistério cristão celebrado, confirmação para a esperança da vida nova na eternidade, da passagem da morte para a vida.

É constituída por dois momentos históricos distintos: a Páscoa judaica, como memória da passagem de Deus pelo Egito, poupando a vida dos primogênitos do povo hebreu e o libertando da escravidão; e a Páscoa de Jesus Cristo, que tem início no Getsêmani, seu ápice no Calvário e seu pleno cumprimento no sepulcro vazio pela manhã de domingo.  

No primeiro evento, considerado ainda como sinal, Deus se compadece do seu povo escolhido, escravizado e oprimido simplesmente por florescerem debaixo do poderio Egípcio, e ouve seus clamores prometendo libertação. A palavra hebraica usada para definir este gesto de Deus é pasakh, que quer dizer proteção, demonstrando assim, que Ele está próximo ao seu povo.

Em Jesus Cristo, nossa Páscoa, nos é aberto o caminho para a vida. Nele passamos da escravidão do pecado, para a vida nova de filhos de Deus muito amados. Pela Ressurreição, Deus acolhe a humanidade de Cristo nos céus como primícias de todos aqueles que morreram, e nos promete um lugar, preparado para nós desde o princípio dos tempos.

 O mistério Pascal, une perfeitamente duas naturezas, a corruptível e a incorruptível, a mortal e a imortal, é a consumação da autorrevelação de Deus para toda a humanidade e o cumprimento de todas as promessas e prefigurações do Antigo Testamento: do justo Abel, de Abraão e Isaac, do cordeiro sem mancha, da serpente de bronze dentre muitos outros.

E como nós somos atingidos por este mistério? A Redenção de Jesus nos afasta de toda autossuficiência, soberba e vanglória deste mundo, pois reconhecemos que recebemos de Cristo algo que nunca poderíamos alcançar por nossas forças, algo que “os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam. – 1Cor 2,9

Frei Mateus Pereira Coelho, OFM