Institucional

5º Domingo da Quaresma, ano b

19.03.2021
Liturgia

5º Domingo da Quaresma, ano b

Oração: “Senhor nosso Deus, dai-nos por vossa graça caminhar com alegria na mesma caridade que levou o vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo”.


1. Primeira leitura: Jr 31,31-34
Concluirei uma nova aliança,
e não mais lembrarei o seu pecado.

Jeremias já era profeta quando, em 622, o rei Josias, apoiado pelos sacerdotes e os anciãos, renovou a aliança com Deus, centralizou o culto no templo de Jerusalém e proibiu o culto a outros deuses. Mas esta aliança logo foi rompida pelos patrões que haviam se comprometido em libertar seus escravos, pois tornaram a escravizá-los quando os babilônios levantaram temporariamente o cerco de Jerusalém. E,       pouco depois, os babilônios voltaram e conquistaram Jerusalém, levando milhares de judeus para o exílio de Babilônia.
Em nosso texto, Jeremias promete que Deus fará uma nova aliança, diferente da antiga aliança do Sinai, tantas vezes violada. A nova aliança incluirá os sobreviventes do reino de Israel, destruído pelos assírios, e do reino de Judá, pelos babilônios. Os termos da aliança não serão mais escritos em pedra, como a aliança do Sinai, mas gravados no coração de cada pessoa. Vai arrancar o coração de pedra e substituí-lo por um coração de carne, humano e sensível, capaz de receber o Espírito do Senhor (cf. Ez 36,26-27). A Lei não precisará mais ser ensinada, mas será vivida porque todos “conhecerão” a Deus, terão a experiência de seu amor misericordioso, que tudo perdoa.

Salmo responsorial: Sl 50
Criai em mim um coração que seja puro. 

2. Segunda leitura: Hb 5,7-9
Aprendeu a obediência e tornou-se causa de salvação eterna.

O texto da presente leitura é uma interpretação da cena da agonia de Jesus no Horto das Oliveiras, descrita pelos evangelistas. O autor não esconde a angústia de Jesus frente à morte, parte integrante da vida humana, nem as preces, súplicas e lágrimas para que o Pai o livrasse desta hora (evangelho: “Pai, livra-me desta hora”). Destaca, porém, que Jesus aprendeu a ser obediente, tornando-se assim causa de salvação para os que o imitam na obediência. É o que confirma a Carta aos Hebreus: “Ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas preparaste-me um corpo... Eis-me aqui, ó Deus, venho para fazer a tua vontade” (Hb 10,5-7). Afirma que a oração de Jesus foi atendida pelo Pai, sem livrá-lo da morte (5,7), mas glorificando-o pela ressurreição (cf. Fl 2,5-11; Is 52,13–53,12).

Aclamação ao Evangelho:
Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.
Se alguém me quer servir, que venha atrás de mim;
e onde eu estiver, ali estará meu servo.


3. Evangelho: Jo 12,20-33
Se o grão de trigo cair na terra e morrer, produzirá muito fruto.

Alguns judeus de origem grega se dirigiram a Filipe e André porque “queriam ver a Jesus”. Ambos eram de Betsaida, a região mais helenizada da Galileia. André fazia parte dos seguidores de João Batista e, encaminhado pelo Batista, é o primeiro a seguir a Jesus. Por outro lado, segundo João, Filipe é o primeiro e único discípulo que Jesus chama diretamente para segui-lo. André já havia chamado seu irmão Simão Pedro para conhecer a Jesus (Jo1,40-42). Filipe, por sua vez, foi chamar Natanael para conhecer Jesus de Nazaré (Jo 1,45-51). Filipe e André vão até Jesus e expõem o pedido dos gregos. Jesus, porém, lhes dá uma resposta que inicia uma virada no evangelho de João. Conclui a primeira parte do evangelho (Jo 1,19–12,50: o “Livro dos Sinais”) e dá início ao “Livro da Exaltação (13–20): “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado”. Várias vezes Jesus havia falado desta sua “hora” (Jo 2,4; 4,21.23; 5.25.28; 7,30; 8,20). É a hora da glorificação do Filho do Homem. Esta glorificação coincide com sua exaltação e morte na cruz, e culmina com a ressurreição. A chegada desta “hora” é comunicada por Filipe e André, em primeiro lugar, aos gregos que desejavam ver Jesus. No “Livro dos Sinais” Jesus se dirigia, sobretudo, aos judeus. Chegando a “hora” de sua exaltação dirige-se a todos, especialmente, aos gregos: “É necessário que o Filho do Homem seja levantado para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”, também os pagãos (evangelho do 4º Domingo). O Filho do Homem entrega sua vida por todos, morre como o grão de trigo, para produzir fruto.
Para estar com Jesus, o discípulo deve ter a mesma disposição do Mestre: “Quem se apega à sua vida, perde-a, mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conserva-a para a vida eterna”. Estar com Jesus é estar com Ele em sua agonia (cf. Mt 26,36-46).
O evangelho de João vê Jesus através de sua glorificação, mas não esconde o drama humano de sua existência (cf. 2ª leitura). 

Frei Ludovico Garmus, ofm

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