Institucional



08.03.2021
Liturgia

3º Domingo do Quaresma

Oração: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei a confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia”.


1. Primeira leitura: Ex 20,1-17
A Lei foi dada por Moisés.

Depois da espetacular passagem pelo mar Vermelho, os hebreus são guiados por Moisés, enfrentam vários perigos (inimigos, falta de água e comida) e chegam aos pés do Monte Sinai. Ali celebra-se a aliança de Deus com seu povo. Logo no início, Deus se apresenta como aquele que libertou seu povo da escravidão do Egito. Os mandamentos, portanto, visam preservar esta liberdade, para que Israel nunca mais volte a ser um povo de escravos, mas sirva, adore e ame unicamente o Deus libertador. O 1º mandamento restringe-se ao v. 3, que é uma afirmação do monoteísmo, no meio de uma civilização politeísta. O que seria o 2º mandamento original, os v. 4-6, foram omitidos na catequese do cristianismo, por motivos práticos: referem-se à proibição de fazer e adorar imagens de outros deuses. Já que Deus é um só, não existem outros deuses e suas imagens nada mais representam. Os v. 9-11 também foram omitidos, pois especificam apenas o mandamento do sábado (v. 8). Por sua vez, o 10º mandamento foi subdividido em dois: não desejar a mulher do próximo (adultério), nem cobiçar os bens do próximo. Esta divisão já aparece em Dt 5,21. Por isso, no Catecismo da Igreja Católica, o v. 14 (não cometer adultério) foi mudado para “não pecar contra a castidade”. Os três primeiros mandamentos falam de nossa relação com Deus. Jesus resume os três primeiros mandamentos num único, o maior e primeiro mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração...”; os outros mandamentos compõem o segundo maior mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (cf. Mt 22,36-40).

Salmo responsorial: Sl 18
Senhor, tens palavras de vida eterna.


2. Segunda leitura: 1Cor 1,22-23
Pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens;
Mas para os chamados, sabedoria de Deus.

A presença de Paulo em Atenas chamou a atenção dos sábios do Areópago, que o convidaram para lhes falar um pouco mais sobre Jesus e a ressurreição, pensando que ia anunciar uma nova divindade. Mas, quando lhes falou de um Deus feito homem, que morreu e ressuscitou, logo rejeitam sua pregação. Por isso, ao chegar a Corinto, Paulo está ainda mais convencido de que o diferencial de sua pregação é a sabedoria da cruz. Por isso, continua, com fervor, a anunciar a sabedoria de Deus, que é Cristo crucificado, tanto aos judeus, que “pedem sinais milagrosos”, como para os gregos, “que procuram sabedoria”. A fé na ressurreição não pode ser separada da Cruz de Cristo.

Aclamação ao Evangelho
Glória e louvor a vós, ó Cristo.
Tanto Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único:
Quem nele crer terá a vida eterna.


3. Evangelho: Jo 2,13-25
Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei.

Quando João escreve seu evangelho, o Templo já tinha sido destruído. Talvez por isso, João coloca logo no início de seu evangelho a cena da expulsão dos vendedores do Templo, enquanto os outros evangelistas situam a cena após a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O tema central de hoje é a adoração a Deus, “em espírito e verdade”, no Cristo morto e ressuscitado. O tema já é preparado quando Jesus chama Natanael, e este espanta-se por Jesus o ter visto debaixo da figueira. Jesus então diz: “Na verdade eu vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1,51). O lugar privilegiado para o encontro com Deus não será mais o Templo e, sim, Jesus, “o Filho único do Pai”, “a Palavra que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Antecipando a destruição do Templo, com chicote na mão, Jesus expulsa todos os vendedores, junto com bois, ovelhas, pombas e cambistas, dizendo: “Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”.
Quando os judeus questionam seu gesto e perguntam: “que sinal nos mostras para agir assim”, Jesus aponta sua futura morte e ressurreição: “Destruí este Templo, e em três dias eu o levantarei”. Depois da sua ressurreição os discípulos entenderam que Jesus falava do Templo do seu corpo. Paulo lembra que o corpo de cada pessoa que crê em Jesus, bem como a própria comunidade cristã, são um templo vivo onde Deus gosta de morar (1Cor 6,15-20; 12,12-30; Jo 14,23). O que importa para a verdadeira adoração – diz Jesus à Samaritana – não é este ou aquele templo, “porque os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade; são estes os adoradores que o Pai deseja” (Jo 4,23).
A Quaresma é um tempo privilegiado para fazermos uma faxina em nossa vida, a fim de preparar uma morada digna para Deus em nosso coração. 

Frei Ludovico Garmus, ofm

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