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24º Domingo do Tempo Comum

10.09.2020
Liturgia Artigos

24º Domingo do Tempo Comum

 24º Domingo do Tempo Comum

Oração: “Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração”.

1. Primeira leitura: Eclo 27,33–28,9
Perdoa a injustiça cometida por teu próximo;
Quando orares, teus pecados serão perdoados.

O autor destas palavras é um sábio (200 a.C.), que dá conselhos a seus ouvintes. Para viver uma vida feliz aponta algumas condições: 1) libertar-se do rancor e da vingança contra o ofensor; 2) perdoar a injustiça cometida pelo próximo, porque, quando a pessoa orar, seus pecados serão perdoados; 3) quem guarda rancor contra o próximo e dele não se compadece, quando pedir perdão de seus pecados não será atendido; 4) lembrar-se que um dia iremos morrer e prestar contas a Deus; 5) Pensar na aliança que Deus fez conosco e não levar em conta a falta alheia (Evangelho). – Jesus inclui o pedido de perdão na oração do Pai-Nosso.

Salmo responsorial: Sl 102
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.

2. Segunda leitura: Rm 14,7-9
Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.

O apóstolo Paulo escreve à comunidade cristã em Roma. Era uma comunidade mista, composta por cristãos de origem judaica e cristãos de origem pagã. Por informações do casal judeu-cristão, Áquila e Priscila, expulsos de Roma (cf. At 18,1-4), Paulo sabia das tensões entre cristãos de origem judaica e cristãos de origem pagã, motivadas por diferenças culturais e costumes alimentares (Rm 14,1-6). Um judeu-cristão, por exemplo, não comia carne vendida no mercado público, porque podia ser carne de animal sacrificado aos ídolos pagãos. No caso de uma refeição em comum, Paulo recomenda que o gentio-cristão, acostumado a comer de tal carne, se abstenha de comê-la em respeito à consciência “fraca” do judeu-cristão (cf. 1Cor 8,1-13). O apóstolo condena a discriminação por questões alimentares entre judeu-cristãos e gentio-cristãos. O importante, diz Paulo, é que tanto quem come de tudo como quem se abstêm de algum alimento, ambos devem dar graças a Deus (Rm 14,6). Em nosso texto (v. 7-9), Paulo volta a insistir no essencial que une a todos os cristãos: Jesus Cristo. Não vivemos nem morremos para nós mesmos, diz ele. Vivemos e morremos para o Senhor, porque pertencemos todos ao Senhor. O que importa é que Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.

Aclamação ao Evangelho
Eu vos dou este novo mandamento,
Nova ordem, agora, vos dou;
Que, também, vos ameis uns aos outros
Como eu vos amei, diz o Senhor.

3. Evangelho: Mt 18,21-35
Não te digo perdoar até sete vezes,
Mas até setenta vezes sete.

O texto hoje lido faz parte do assim chamado “sermão da comunidade” de Mateus. A passagem começa com a pergunta de Pedro sobre o perdão das ofensas (v. 21-22) e continua com a parábola do devedor cruel (v. 23-35), ambas exclusivas de Mateus. O evangelista, depois de tratar do perdão de ofensas graves que envolvem a comunidade cristã (cf. domingo passado: v. 15-20), fala agora do limite do perdão entre duas pessoas da comunidade. É Pedro que, em nome dos discípulos, introduz a questão com uma pergunta: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” No judaísmo rabínico o limite máximo para o perdão fraterno era de até quatro vezes. Na pergunta, Pedro amplia o imperativo do perdão para sete vezes, número considerado perfeito. Na resposta, Jesus amplia, de certa forma, o imperativo do perdão até o infinito: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Porque o perdão de Deus é gratuito, fruto de seu amor infinito. O amor de Deus é a medida do amor ao próximo e também do perdão, dado ou recebido: “Se perdoardes as ofensas dos outros, vosso Pai também vos perdoará” (Mt 6,14).
O perdão é gratuito, mas supõe por parte do ofensor a disposição de pedir e acolher o perdão oferecido por Deus, pois perdoando ao próximo Deus nos perdoa. É isso que pedimos na Oração do Senhor: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Assim Jesus nos ensina na parábola do devedor cruel (Mt 18,23-35). Um homem devia ao seu patrão uma enorme fortuna, simplesmente impagável. No acerto de contas, o patrão mandou que o empregado fosse vendido, com mulher e filhos e com tudo que possuía, para pagar ao menos parte da dívida. O empregado, porém, prostrado aos pés do patrão, suplicava: “Dá-me um tempo e eu te pagarei tudo!” O patrão, cheio de compaixão, perdoou tudo o que o empregado lhe devia e mandou soltá-lo. Este, porém, logo que saiu, foi cobrar uma insignificante dívida de seu companheiro; agarrou-o e quase sufocando-o dizia: “Paga-me o que deves”. O pobre do companheiro lhe suplicava: “Dá-me um tempo e te pagarei tudo”. Mas o empregado não quis saber e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse a divida. Ao saber disso, o patrão, cheio de indignação mandou chamar o empregado cruel e lhe disse: “Eu te perdoei tudo porque me suplicaste. Não devias também tu ter compaixão de teu companheiro como eu tive de ti?” E o empregado foi entregue aos torturadores até que pagasse tudo.
Na minha relação com o próximo sou mais parecido com o patrão misericordioso ou ao empregado mesquinho e cruel? O perdão que pedimos e o perdão que damos aos outros são a melhor preparação para celebrarmos dignamente a Eucaristia.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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