Institucional

Todos os Santos

01.11.2019
Liturgia

Todos os Santos

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os Santos, concedei-nos por intercessores tão numerosos a plenitude da vossa misericórdia”.


1. Primeira leitura: Ap 7,2-4.9-14
Vi uma multidão imensa de gente
de todas as nações, tribos, povos e línguas.

Quando o autor do Apocalipse escreve, os cristãos sofriam preconceitos, discriminações e perseguições por parte do Império Romano. O embate não se dá entre romanos e cristãos, mas entre o Império e o imperador simbolizados no dragão voraz, por um lado, e o Cordeiro Imolado, que é Cristo Jesus, do outro. O vidente recebe a ordem de Cristo para escrever em seu livro tanto “as coisas presentes como as que acontecerão depois”. No presente, um anjo, com “a marca do Deus vivo”, pede que os anjos exterminadores esperem até que ele tenha assinalado os que serão salvos, antes da batalha final do Cordeiro imolado contra o dragão voraz. O visionário, por sua vez, “vê” o triunfo final dos que estão vestidos de branco, porque “lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro”. São 144 mil, 12 mil de cada tribo de Israel; são os mártires que deram testemunho da fé cristã pelo sacrifício da própria vida. Para o futuro, vê uma imensa multidão, representantes de nações, tribos, povos e línguas que participarão da vitória do Cordeiro ressuscitado.

Salmo responsorial: Sl 23
É assim a geração dos que procuram o Senhor.


2. Segunda leitura: 1Jo 3,1-3
Veremos Deus tal como é.

O autor desta Carta se encanta com o “presente de amor que o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus”, e o sermos, de fato. Viver conscientes dessa fé nos enche de uma alegre esperança, porque, “quando Cristo se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos tal como ele é”. O caminho para chegarmos a esta comunhão com Cristo, o Filho de Deus, foi seguido pelos Santos. É o caminho das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus” (Evangelho). Para “ver a Deus” é preciso seguir o caminho de Jesus Cristo: aprender a vê-lo presente nos pobres, famintos, sedentos de justiça, presos injustamente, desabrigados que necessitam de nosso amor (cf. Mt 25,31-40).

Aclamação ao Evangelho
Vinde a mim todos vós que estais cansados,
e penais a carregar pesado fardo,
e descanso eu vos darei, diz o Senhor.


3. Evangelho: Mt 5,1-12a
Alegrai-vos e exultai,
porque será grande a vossa recompensa nos céus.

Há dois domingos o Evangelho apontava para o jovem rico o caminho do seguimento de Jesus como o caminho seguro do Reino de Deus, para alcançar a vida eterna. Hoje, Festa de todos os Santos, o evangelista Mateus explicita nas bem-aventuranças o programa do Caminho a seguir nesta vida, para ganharmos a “grande recompensa nos céus (v. 10 e 12). Antes de tudo é preciso ter presente que “Reino dos Céus” em Mateus equivale a “Reino de Deus” em Marcos e em Lucas. Portanto, “Reino dos Céus” não se identifica com a recompensa final da vida eterna em Deus (cf. Mc 10,17-30). Antes, é o caminho que Jesus preparou para o cristão percorrer, aqui na terra, a fim de ganhar a vida eterna. Mateus escreve para cristãos de origem judaica. Por isso, em respeito à tradição judaica, evita pronunciar a palavra “Deus” e a substitui pela palavra “Céus”.
Entre os bem-aventurados, Mateus cita três grupos (Raul Ruijs). O primeiro grupo é dos sofredores: os pobres, os aflitos, os mansos (humildes) e os que têm fome e sede de justiça (v. 3-6). O segundo grupo é dos que socorrem os necessitados do primeiro grupo: são os misericordiosos, os puros de coração e os que promovem a paz (v. 7-9). O terceiro grupo é composto pelos do primeiro e do segundo grupo, que vivem o projeto do Reino de Deus, anunciado e vivido por Jesus. São perseguidos porque são solidários com os pobres, os aflitos, os humildes e injustiçados e os defendem. São caluniados e perseguidos pelo simples fato de serem cristãos.
Não podemos pensar que a formulação de algumas bem-aventuranças no futuro signifique algo que Deus vai realizar sem nossa participação, somente na vida eterna. Deus enviou seu Filho ao mundo para nos trazer o Reino de Deus, o Reino que pedimos no Pai-Nosso. Jesus pôs em prática o programa deste Reino que veio anunciar. Quem quer seguir o caminho de Jesus deve assumir também seu programa. Assim, os aflitos serão consolados quando nós os consolarmos. Os mansos possuirão a terra quando nós lutarmos com eles. Os que têm fome e sede de justiça serão saciados quando nós os defendermos. Os miseráveis e pobres alcançarão misericórdia quando nós tivermos compaixão deles. Os Santos que hoje festejamos seguiram o exemplo de Jesus e colocaram em prática as bem-aventuranças. Ele é o modelo para todos nós: “Jesus percorria todas as cidades e aldeias ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda enfermidade e doença. Vendo o povo, Jesus sentiu compaixão dele porque estava cansado e abatido como ovelhas sem pastor” (Mt 9,35-36).
O Bom Pastor deu a vida por suas ovelhas. Agora, os que são alimentados pela Palavra de Deus e pela Eucaristia cuidam dos irmãos sofredores, mostrando a eles o amor misericordioso do Bom Pastor. Aos que assim fizerem, Jesus Cristo, como justo juiz, acolherá na vida eterna: “Vinde, abençoados por meu Pai..., porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, estive nu e me vestistes...” (Mt 25,34-35).

Frei Ludovico Garmus, ofm

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