Institucional

21º Domingo do Tempo Comum, ano C

20.08.2019
Liturgia

21º Domingo do Tempo Comum, ano C

 Oração: “Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias”.


1. Primeira leitura: Is 66,18-21
E reconduzirão, de toda parte, vossos irmãos.

O texto da primeira leitura foi escrito quando os exilados voltavam da Babilônia. O retorno a Jerusalém se deu aos poucos, em pequenos grupos. No retorno, os exilados encontraram ruínas a serem reconstruídas, enfrentaram conflitos com os que tinham ocupado suas propriedades. A convivência com outros povos em terra estranha abriu a mente de não poucos exilados, que aprenderam a conviver com costumes e religiões diferentes. O profeta que nos fala hoje representa este grupo de mente mais aberta. Por um lado, procura animar os que trabalhavam na reconstrução da cidade em ruínas; por outro, convoca os judeus dispersos entre os povos a fazerem o mesmo caminho dos que retornavam da Babilônia, em busca do monte santo de Jerusalém, onde brilha a glória do Senhor. O profeta vê os pagãos convertidos ao judaísmo na dispersão como missionários, escolhidos por Deus para anunciar sua glória entre as nações e reconduzir os judeus dispersos, a fim de prestar culto na casa do Senhor. Na visão do profeta, os pagãos convertidos ao judaísmo poderão servir como sacerdotes e levitas em Jerusalém. Estas promessas remetem para a dimensão universal da salvação preparada por Deus, em Jesus Cristo (evangelho).

Salmo responsorial: Sl 116
Proclamai o Evangelho a toda criatura!


2. Segunda leitura: Hb 12,5-7.11-13
O Senhor corrige a quem ele ama.

A Carta aos Hebreus não tem o estilo das cartas escritas pelo apóstolo Paulo. Na verdade, é, antes, uma coleção de pregações. O autor, desconhecido, dirige-se a judeu-cristãos de língua grega e, sobretudo, a pagãos convertidos, residentes em Alexandria, no Egito. Os cristãos pertencem à segunda geração, dos anos 80 d.C. Estes cristãos já tinham perdido o fervor inicial, fraquejavam na fé em Jesus Cristo e tendiam perigosamente à indiferença (Hb 5,11–6,12). Na leitura de hoje, o autor se dirige aos destinatários de seu texto como “irmãos” na fé. Conhece as dificuldades e os sofrimentos pelos quais estão passando, num ambiente hostil. Como um sábio educador, lembra o valor da educação cristã recebida: “Não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando ele te repreende”. Deus é como um pai, que corrige seu filho por amor. No sofrimento percebemos melhor que Deus é nosso Pai e nos trata como filhos seus. A dor da correção é sempre desagradável. No entanto, a educação do Senhor não é apenas teórica. É uma formação permanente e, quando exercitada em meio ao sofrimento, produz frutos de paz e justiça (v. 11).
O autor conclui o texto com uma exortação, válida para todos nós: “Firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos, acertai os passos dos vossos pés”. A vida cristã é um caminho para chegarmos a Deus, nosso Pai. No caminho não estamos sós. “Ele está no meio de nós”! Basta acertar nossos passos com os de Jesus. Ele mesmo nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém chega ao Pai senão por mim” (Jo 14,6).
Se examinarmos nossa caminhada na vida cristã, podemos nos perguntar em que situações sentimos mais forte a presença de Deus.

Aclamação ao Evangelho
Eu sou o caminho a verdade e a Vida:
Ninguém chega ao Pai senão por mim.


3. Evangelho: Lc 13,22-30
Virão do oriente e do ocidente,
E tomarão lugar à mesa no reino de Deus.

No Evangelho, Jesus está a caminho de Jerusalém, seguido pelos discípulos e pelo povo, onde celebraria a festa da Páscoa. Lucas coloca muitos ensinamentos de Jesus durante a grande viagem para Jerusalém (Lc 9,51–19,28). Três temas perpassam os capítulos sobre a viagem: as exigências para a salvação, o seguimento de Jesus Cristo e a acolhida ou rejeição do Reino anunciado por Jesus. No caminho, três vezes Jesus anuncia que, em Jerusalém, o Filho do Homem será entregue pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei ao poder romano e será condenado à morte; mas, ao terceiro dia ressuscitará. Depois de cada anúncio seguem ensinamentos, sempre mais exigentes, para quem se propõe a ser discípulo de Jesus. O caminho vai se tornando cada vez mais estreito. Por fim, é a porta de entrada para o banquete do Reino que se torna mais estreita ainda. Em Jerusalém havia muitas portas pelas quais os peregrinos tinham acesso à esplanada do Templo. No texto paralelo ao de Lucas, Mateus fala de duas portas: a porta larga que leva à perdição e a porta estreita que conduz ao caminho da vida (Mt 7,13-14). Lucas menciona apenas a porta estreita. À pergunta “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam” Jesus responde: “Fazei esforço para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”.
No entanto, esta porta, além de estreita, pode ser fechada a qualquer momento pelo dono da casa. Os que chegarem atrasados irão gritar “Senhor, abre-nos a porta” (v. 25; cf. Mt 25,15). Mas o dono da casa responderá: “Não sei de onde sois... Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça”! Os atrasados serão excluídos do banquete do Reino. A frase se refere ao judaísmo oficial que rejeitou Jesus e o condenou à morte. No lugar deles, diz Jesus, a salvação se abrirá aos pagãos: “Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar no baquete do Reino de Deus” (ver 1ª leitura). Se os que praticam a injustiça são excluídos do banquete do Reino de Deus, significa que a chave mais segura para abrir a porta estreita da entrada no Reino de Deus é a prática da justiça. Em outras palavras, a porta da salvação continua sempre aberta para todos os que buscam com sinceridade a Deus e praticam a justiça. Mas o esforço deverá ser contínuo. Deus aguarda nossa conversão com paciência. Ele nos dá um tempo extra para que nos deixemos corrigir (2ª leitura). Ele é um Pai que nos corrige como a seus filhos, porque nos ama (Lc 13,6-9).


Frei Ludovico Garmus, ofm

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