Institucional

22.11.2018
Jesus Cristo, Rei do Universo
Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, Rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente”.
1. Primeira leitura: Dn 7,13-14
Seu poder é um poder eterno.
Na segunda parte do livro de Daniel (Dn 7–12), quatro visões descrevem os impérios da época, em particular, o rei Antíoco IV, perseguidor dos judeus. Os impérios são representados por terríveis animais ferozes. No contexto em que se vivia, era uma linguagem cifrada, bem entendida pelos judeus. Uma autocensura em tempos de perseguição. Depois da visão dos animais, Daniel vê um Ancião sentado num trono, para o julgamento. O Ancião é o próprio Deus, o “primeiro e o último” (cf. Is 44,6). Quando o tribunal pronuncia a sentença, os animais perdem o poder e o rei Antíoco morre (7,9-12). Por fim, no texto de hoje, aparece a figura de alguém “como filho de homem”. Ele não vem do céu, mas, entre as nuvens do céu; portanto, alguém que já estava presente. Este “filho de homem” agora se aproxima do “Ancião de muitos dias”, para ser entronizado. Dele recebe “poder, glória e realeza”, um poder eterno e universal sobre todos os povos, nações e línguas. O filho de homem tem um sentido coletivo (7,27), pois simboliza “os santos do Altíssimo”, isto é, os israelitas fiéis. No NT, o título “Filho do Homem” assume um sentido individual. Jesus o usa muitas vezes, também quando virá “com as nuvens do céu” para o julgamento final (Mc 14,62; At 7,55-56).
Salmo responsorial: Sl 92
Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!
2. Segunda leitura: Ap 1,5-8
O soberano dos reis da terra fez de nós um reino,
sacerdotes para seu Deus e Pai.
O livro do Apocalipse, escrito no final do I século, quando os cristãos eram perseguidos, começa com uma confissão de fé: Jesus é a testemunha fiel, fidelidade que o conduziu à morte. É o ressuscitado, “o soberano dos reis da terra”. É alguém que morreu por nossos pecados, porque nos ama. Portanto, Jesus é testemunha fiel do amor de Deus por nós. É um texto cheio de fé pelo que Deus fez por nós em Jesus; pleno de esperança, porque em Jesus Cristo é o próprio Deus que virá para julgar e salvar os que lhe são fiéis.
Aclamação ao Evangelho: Mc 11,9.10
É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor,
E o Reino que vem, seja bendito, ao que vem e a seu Reino, o louvor!
3. Evangelho: Jo 18,33b-37
Tu o dizes: eu sou rei.
Depois de ser preso, Jesus foi conduzido à casa do sumo sacerdote, onde se reuniu o sinédrio, o supremo tribunal dos judeus. O interrogatório gira em torno de questões religiosas. Jesus é acusado de querer destruir o Tempo, mas a acusação era inconsistente. Perguntado se era “o Cristo, o Filho de Deus bendito”, Jesus responde positivamente. E acrescenta: “Vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso, vindo com as nuvens do céu”. O sumo sacerdote e o sinédrio consideraram isso uma blasfêmia e condenaram Jesus à morte. Os romanos, porém, reservavam para si o direito de executar a sentença. Por isso, Jesus é conduzido, no dia seguinte, até Pilatos. O Evangelho hoje proclamado traz parte do interrogatório diante do governador romano. Como os romanos não se interessavam por questões de doutrina dos judeus (cf. At 18,12-17), a acusação levada diante do governador é política. Os galileus haviam aclamado Jesus como o messias, filho de Davi, questão que o governador podia entender como política. À pergunta de Pilatos “És tu o rei dos judeus”? Jesus responde afirmativamente. Mas logo esclarece: “Meu reino não é deste mundo... Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”. A Verdade é o próprio Deus, com que Jesus se identifica: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Em João, Jesus é também o bom pastor, que dá a vida por suas ovelhas (Jo 10,1-21); é o messias que veio para servir e não para ser servido (Mc 10,45). É o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Jesus morre na cruz marcada pela sentença de morte: “Jesus nazareno, o rei dos Judeus”. Assim, ele nos trouxe um Reino de justiça, de amor e de paz (prefácio). Como atestamos nos evangelhos há vários domingos, foi por causa do anúncio do Reino de Deus, como o caminho a ser seguido pelos discípulos, que Jesus foi condenado à morte.