Visita ao Museu de Imagens do Inconsciente e Memorial Nise da Silveira

No último dia 27 de novembro realizamos uma visita ao Museu de Imagens do Inconsciente e ao Memorial Nise da Silveira, localizados no Engenho de Dentro, RJ, onde funcionava o antigo Hospital Psiquiátrico Pedro II. A atividade foi realizada pelas turmas de Teologia do ITF e USF, e foi acompanhada pela professora Liane Diehl, responsável pela disciplina de Psicologia Pastoral. O objetivo foi apresentar o trabalho sensível de acolhimento realizado pela Dra. Nise da Silveira, a partir de 1937 quando pode retomar suas funções após um período de aprisionamento pela ditadura.
Durante as aulas de Psicologia Pastoral nos debruçamos sobre a importância de reconhecer e lidar com os próprios afetos para, assim, poder acolhe-los no outro, respeitando sua individualidade e personalidade e, nesse sentido, o trabalho da Dra. Nise é pioneiro no Brasil, uma vez que ela acolheu aquelas pessoas que eram vistas com menos importância pela sociedade: os doentes mentais. Nessa visita os alunos tiveram contato com as obras produzidas com as técnicas expressivas (pintura, desenho, modelagem entre outras), e puderam observar nessas obras como se dá o movimento da energia psíquica a partir do Self ou Si-mesmo que busca a experiência com o numinoso. Também puderam observar um outro lado do ser humano, sombrio – terrificus, ao se depararem com instrumentos usados para eletroconvulsoterapia e lobotomia, métodos considerados modernos e eficazes na época e que foram duramente combatidos pela Dra. Nise. Ao contrário desses “métodos científicos” ela propôs o acolhimento, o afeto e a liberdade como antídotos para a fragmentação psíquica, levando a cabo o que ficou conhecido como a Revolução pelo Afeto e As Mãos que Libertam.
No melhor do espírito franciscano, Nise da Silveira foi menor junto aos menores, tornando-se gigante ao resgatar-lhes a dignidade de existir como seres humanos.

Texto: Liane Bauer Castor Diehl

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