Institucional

10º Domingo do Tempo Comum

07.06.2024
Liturgia

10º Domingo do Tempo Comum

Oração: “Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda”.

Leitura: Gn 3,9-15
Porei inimizade entre a tua descendência e a descendência da mulher.

Em Gn 2–3, Deus cria o ser humano como um ser comunitário; homem e mulher são “auxílio necessário” um para o outro, a fim de viverem em comunhão de amor, planejada pelo Criador. Havia harmonia entre homem e mulher, harmonia entre o ser humano e as demais criaturas da terra (jardim de Éden) e harmonia com o Criador. Este é o projeto de Deus. Em Gn 2, porém, Deus não diz que “tudo que havia feito era muito bom”, como em Gn 1,31, pois esta harmonia é algo por ser ainda buscado. Na realidade ela foi quebrada quando homem e mulher, por sugestão da “serpente” (símbolo do mistério do mal, satanás, adversário), comem do fruto proibido, que os faria ser “como deuses, conhecedores do bem e do mal”. Em vez de se tornarem “como deuses”, percebem que estão nus; essa nudez significa não tanto o pudor, mas a limitação e carência do ser humano diante de Deus. Por isso se escondem. Deus, porém, visita o jardim, não apenas para punir a desobediência do ser humano, mas para socorrê-lo em sua carência e limitação. No interrogatório, Deus pergunta ao homem por que está se escondendo e ele responde que estava com medo porque estava nu. Deus o acusa de ter desobedecido ao comer do fruto proibido e ele responde, acusando de certo modo, a Deus: “Foi a mulher que me deste por companheira”. E a mulher ao ser interrogada joga a culpa na serpente, também uma criatura de Deus, como os outros animais (Gn 2,18-20). No fundo, a explicação da origem do mal recai sobre Deus. No livro da Sabedoria (2,24) o diabo é identificado com a serpente. Assim também em Jo 8,44; Ap 12,9; 20,2). Tiago, porém, adverte: “Ninguém, ao ser tentado, diga: ‘É Deus que me tenta’. Pois Deus não pode ser tentado para o mal, nem tenta ninguém. Cada um é tentado pelo próprio mau desejo que alicia e seduz” (Tg 1,13-14). A serpente é punida e deverá arrastar-se pelo chão; a mulher é punida pela dominação que o marido sobre ela exerce e pelos sofrimentos de sua gravidez; o homem é punido pela dureza do trabalho na produção de alimentos. Começa a desarmonia entre Deus e o ser humano, entre homem e mulher e entre o homem e a terra. Deus nos deu a liberdade para podermos amá-lo. Seremos sempre atraídos pelo Sumo Bem e tentados para o mal. Mas os descentes de “Eva” sempre poderão esmagar a cabeça da serpente, com Maria, a “Nova Eva”, e com Jesus Cristo, seu grande descendente (v. 15).

Salmo responsorial: Sl 129

No Senhor toda graça e redenção.

Segunda leitura: 2Cor 4,13–5,1
Nós também cremos e, por isso, falamos.

Paulo está engajado, de corpo e alma, na luta da pregação do Evangelho. A pregação do Evangelho e a vida cristã são sustentadas pela fé no Cristo Ressuscitado. Paulo tem consciência de sua limitação humana, pois tudo é graça, é dom de Deus. É movido pela esperança da vitória final sobre o mal e a morte: “Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco”. Porque “o último inimigo a ser reduzido a nada será a morte” (1Cor 15,26). Segundo Paulo, a vida cristã é dinâmica pois, à medida em que nosso “homem exterior vai se arruinando, o nosso homem interior… vai se renovando”. É da fé em Jesus Cristo que brota a esperança da ressurreição. 

Aclamação ao Evangelho

O príncipe deste mundo agora será expulso; e eu, da terra levantado, atrairei todos a mim mesmo.

Evangelho: Mc 3,20-35
Satanás será destruído.

A luta permanente entre a humanidade e a serpente, entre o Bem e o Mal, da qual fala a primeira leitura, concretiza-se na vida pública de Jesus. A intensa atividade de Jesus, andando pelas aldeias, anunciado a boa nova do Reino de Deus, curando os enfermos e aleijados, expulsando os demônios deixava seus parentes e adversários preocupados. Os parentes de Jesus, preocupados com sua saúde física e psíquica, queriam tirá-lo do meio do povo, pensando que ele “estava fora de si”; isto é, possuído por um espírito, ou que estava “estressado” – diríamos nós. De fato, a atividade de Jesus e os discípulos era tão intensa que eles “não tinham nem tempo para comer”. De Jerusalém vem os mestres da Lei para examinar o caso e desautorizam Jesus, acusando-o de expulsar demônios em nome de Belzebú, o chefe dos demônios. Aos mestres da Lei Jesus responde que, ao expulsar os demônios, está combatendo o Satanás; por isso, o Reino de Deus que anuncia vai acabar com o reino do Mal. Aos seus familiares Jesus responde que agora tem uma nova família, isto é, seus discípulos e o povo que o acompanham. Olhando para eles, Jesus diz: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. A urgência de anunciar a boa-nova do Reino de Deus exigiu de Jesus a opção radical de deixar sua própria mãe. Jesus exige o mesmo daqueles que desejam abraçar sua missão: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10,37). Assumir a vida em família também tem suas exigências: “Por isso o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher e se tornarão uma só carne” (Gn 2,24). Fazer a vontade de Deus é assumir as práticas de Jesus.

FREI LUDOVICO GARMUS, OFM

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