Institucional

Domingo da Ascensão

10.05.2024

Domingo da Ascensão

Oração: “Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, como membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”.

Leitura: At 1,1-11
Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.

Lucas escreveu dois livros: o Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Nestes livros ele divide a história da salvação em três tempos: a) o tempo da promessa é o Antigo Testamento até o final da atividade de João Batista; b) o tempo da realização da promessa, que é a vida pública de Jesus, desde o batismo de João Batista, quando Jesus é ungido pelo Espírito Santo, até sua Ascensão ao céu; c) o tempo da Igreja, que se inicia com o dom do Espírito Santo em Pentecostes. No trecho da Palavra de Deus que hoje escutamos Lucas lembra o seu primeiro livro no qual mostrou “tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar”. Isto é, desde o batismo de Jesus até o dia em que “foi elevado ao alto”. Mas esta frase também sugere que, no segundo livro, os Atos dos Apóstolos, vai falar daquilo que a Igreja, movida pela força do Espírito Santo, continuou a “fazer e ensinar”.

O tempo da Igreja é inaugurado pelo próprio Jesus Ressuscitado, que durante quarenta dias instrui os apóstolos sobre as “coisas referentes ao Reino de Deus”. Entre elas, Jesus recomenda que não se afastem de Jerusalém, até receberem o Espírito Santo. Alguns ainda lhe perguntavam: “Senhor, é agora que vais restabelecer o reino de Israel”? Em vez do reino de Israel, Jesus lhes traça o programa do anúncio do Reino de Deus (missão), depois de receberem o Espírito Santo: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, Judeia e Samaria, até os confins da terra”. Enquanto os apóstolos estão fitando os céus para onde Jesus se afastava, dois anjos lhes aparecem e dizem: “Por que ficais aqui parados, olhando para o céu”? É um chamado de volta à realidade do dia-a-dia. Jesus vai voltar um dia, sim, mas agora é o momento de cumprir a ordem de executar a missão delineada pelo Mestre: Com a força do Espírito Santo, eles devem ser testemunhas do Ressuscitado, em Jerusalém, na Judeia e Samaria, até os confins da terra.

O Papa Francisco nos pede para não ficarmos apenas parados, esperando a vinda do Senhor no fim dos tempos, mas desafia-nos a sermos uma Igreja em saída.

Salmo responsorial: Sl 46

Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta.

Segunda leitura: Ef 1,17-23
E o fez sentar-se à sua direita nos céus.

O Apóstolo nos convida a abrirmos o coração, para sabermos qual a esperança que o chamado divino nos dá, qual a riqueza de nossa herança com os santos e que imenso poder Deus exerce naqueles que nele creem. A força do Espírito Santo, derramado em nosso coração, é que nos envia em missão. O Espírito Santo é a força de Cristo, que o Pai “ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus”. O triunfo de Cristo, a Cabeça, é também o triunfo dos fiéis, que são “membros do seu corpo” (Oração).

Evangelho: Mc 16,15-20
Foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus.

Nos manuscritos mais antigos, o Evangelho atribuído a Marcos termina em 16,8: Na manhã do primeiro dia da semana, as mulheres visitam o túmulo e encontram-no aberto. Um anjo lhes explica que Jesus não estava mais ali, porque havia ressuscitado. O anjo, então, lhes ordena que avisem aos discípulos e a Pedro sobre o ocorrido e que eles devem ir à Galileia, onde verão o Ressuscitado. Mas elas fogem apavoradas sem dizer nada a ninguém. Este era o final original de Marcos, como consta nos códices manuscritos mais antigos. A síntese dos relatos sobre as aparições do Ressuscitado (v. 9-14), o relato da missão dada aos apóstolos e a ascensão de Jesus ao céu (v. 15-20), hoje proclamado, são tardios. Foram acrescentados mais tarde (II séc.), valendo-se das narrativas de outros evangelhos, sobretudo, de João e Lucas, até mesmo dos Atos dos Apóstolos.

O autor deste acréscimo lembra a aparição de Jesus a Maria Madalena, mas os discípulos não lhe dão crédito. O mesmo acontece quando os discípulos de Emaús lhes contam que tinham visto Jesus ressuscitado. A insistência na incredulidade dos discípulos é uma advertência a nós que somos convidados a crer nas testemunhas da ressurreição, sem que tenhamos visto pessoalmente o Senhor (cf. Jo 20,25.29). Como em Mt 20,16-20, Jesus repreende a incredulidade dos onze; mesmo assim, os envia em missão: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. Aponta como caminho da salvação a fé em Jesus Cristo e o batismo, e confere aos apóstolos o poder de fazer milagres. Por fim, lembra a ascensão de Jesus ao céu e como os discípulos cumpriram sua missão, com a assistência do Senhor, que confirmava a Palavra anunciada com milagres. O autor não fala diretamente do Espírito Santo, mas supõe sua ação permanente na missão da Igreja. A ascensão de Jesus ao céu marca o fim de sua missão aqui na terra e o começo da missão de seus discípulos (cf. Elias e Eliseu: 2Rs 2,9-18). Os anjos perguntavam aos apóstolos: “Por que ficais aqui, parados, olhando o céu”? Sejamos uma Igreja em saída, nos pede o Papa Francisco.

FREI LUDOVICO GARMUS, OFM

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