Institucional

25º Domingo do Tempo Comum

17.09.2021
Liturgia

25º Domingo do Tempo Comum

Oração: “Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna”.

Primeira leitura: Sb 2,12.17-20
Vamos condená-lo à morte vergonhosa.

O livro da Sabedoria é contemporâneo a Jesus Cristo e foi escrito na diáspora dos judeus de Alexandria. É um verdadeiro tratado de “teologia política”, uma crítica sapiencial aos governantes. A comunidade judaica sofria perseguições, opressão e discriminação por parte das autoridades gregas e romanas, apoiadas por judeus que abandonaram a fé. O texto que ouvimos descreve o conflito entre os ímpios – judeus que renegaram sua fé – e os justos, isto é, judeus piedosos, observantes da Lei. Este conflito está também presente no livro dos Salmos (cf. Sl 1). Mais do que as palavras, a própria vida dos justos condena as ações destes judeus ímpios, que imitavam o comportamento dos pagãos. Os ímpios sentem-se incomodados pela fé e pelas práticas dos justos e ficam indignados que se considerem “filhos de Deus”. Por isso, tramam todo tipo de ofensas e torturas, atentam contra a própria vida dos justos, para ver se Deus virá para socorrê-los e libertá-los de suas mãos. As injúrias dos ímpios contra os justos lembram as que Jesus sofreu na cruz (ver o Evangelho e Mt 20,18-19; 27,38-44).

Salmo responsorial: Sl 53

É o Senhor quem sustenta minha vida!

Segunda leitura: Tg 3,16–4,3
O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz.

Tiago critica a falta de coerência dos cristãos de seu tempo. Eram comunidades divididas por rixas, inveja, rivalidades e injustiças; comunidades carentes de paz e necessitadas de amor. Faltava-lhes a “sabedoria que vem do alto”, a sabedoria do Evangelho. Tiago faz o elogia desta sabedoria: Ela é pura, pacífica, modesta e conciliadora; é misericordiosa, imparcial e sincera. Era, exatamente, esta sabedoria do Evangelho que faltava a estes cristãos. O apóstolo Paulo resumia a sabedoria do Evangelho nos dons do Espírito Santo, entre os quais sobressaem a fé, a esperança e a caridade/amor (cf. 1Cor 13). Alguns cristãos perdiam o foco de sua vida, que é a pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem (Evangelho). Até nas orações pediam coisas supérfluas, menos a “sabedoria que vem do alto”.

Aclamação ao Evangelho

Pelo Evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Evangelho: Mc 9,30-37
O Filho do Homem vai ser entregue…

Se alguém quiser ser o primeiro, que seja aquele que serve a todos.

Estamos no bloco central do Evangelho de Marcos (8,27–10,52). Nesta parte, Pedro confessa que Jesus é o Messias, o Ungido do Senhor. Jesus, por sua vez, ensina e explica em que sentido ele é o Cristo/Messias. Ele não é o filho de Davi que vai tomar conta do poder político e religioso em Jerusalém, mas o Servo Sofredor. Ensina também que o discípulo deve seguir o caminho do Mestre, como já vimos no domingo passado. Também no evangelho de hoje Jesus continua ensinando, a caminho de Jerusalém. Mais uma vez anuncia aos discípulos que Ele, o Filho do Homem, será entregue nas mãos dos homens e será morto, mas após três dias ressuscitará. Os discípulos, porém, tinham medo de pedir ao Mestre que lhes explicasse as dúvidas. Para Jesus, foi mais fácil curar o surdo-mudo (7,31-37) e o cego, mesmo em dois tempos (8,22-26), do que curar a cegueira e a surdez dos discípulos. Eles pressentiam o perigo nas palavras do Mestre e tinham medo sobre a verdade de suas palavras; faziam como o avestruz, que enterra a cabeça na areia para fugir do perigo. Na realidade, não queriam desistir do projeto de fazer de Jesus um Messias-Rei. Por isso, já estavam distribuindo os cargos neste novo reino e discutiam entre si quem deles seria o maior (9,33-37). Nas discussões acaloradas deve ter crescido o ciúme e a rivalidade entre eles. Ao chegarem a Cafarnaum, Jesus perguntou o que estavam discutindo no caminho. Eles ficaram calados. Jesus senta-se, então, como Mestre, para lhes ensinar o caminho do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos”.

Essa é a postura do Mestre na última ceia: “Se eu, Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13,14). Os discípulos queriam ser os primeiros, os maiores, e disputavam entre si um lugar de honra no imaginado reinado de Jesus em Jerusalém. Para estes “maiores” Jesus, sentado, continua ensinando. Pegou uma criança, colocou-a no meio, junto de si, abraçou-a e disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que está acolhendo”. Jesus se faz pequeno para abraçar todos os pequenos, os pobres e os sofredores e nos convida a fazermos o mesmo. Fazendo assim, acolhemos o próprio Deus, que se identifica com os pobres, os pequenos e famintos, nus e presos injustamente (Mt 25,31-46). Eis o “caminho” do discípulo neste mundo repleto de sofredores em que estamos vivendo.

FREI LUDOVICO GARMUS, OFM

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