Institucional

12º Domingo do Tempo Comum

14.06.2021
Liturgia

12º Domingo do Tempo Comum

 Oração: “Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor”.

Leitura: Jó 38,1.8-11
Aqui cessa a arrogância de tuas ondas.

O livro de Jó discute, à luz da sabedoria, a teologia do livro do Deuteronômio, baseada na Aliança do Sinai que predominava na época pós-exílica. Segundo esta teologia, Deus pune com sofrimentos quando não obedecemos a Lei e recompensa com bênçãos quando a observamos. A figura de Jó representa uma pessoa que observa a Lei e recebe a recompensa correspondente da parte de Deus: grande família, saúde e vida longa, além de muitas riquezas. De repente, por sugestão do satanás, Jó perde a família (sete filhos e três filhas), todos os bens e até mesmo a saúde. Inicialmente, mesmo coberto de úlceras, Jó se conforma sem reclamar contra Deus: “Se aceitamos de Deus os bens, não deveríamos aceitar também os males”? Mas depois se revolta e chega até a amaldiçoar o dia de seu nascimento.

Recebe, então, a visita de três amigos que tentam consolá-lo. À luz da teologia do Deuteronômio eles tentam explicar a origem do sofrimento de Jó. Segundo eles, Jó está sofrendo porque pecou. Mas Jó se defende, afirma que é inocente e Deus é injusto em puni-lo, pois sempre praticou o bem. Os amigos não conseguem convencê-lo sobre a origem de seu sofrimento e Jó continua revoltado contra Deus. Por fim, apela para o próprio Deus: “Oh, se houvesse quem me ouvisse… Que me responda o Todo-poderoso”! (Jó 31,35). No texto que ouvimos, Deus dá a resposta que Jó pedia: Que somos nós para contestar o Criador? Nele podemos sempre confiar, como diz o salmista: “O que é o ser humano para que dele te ocupes? Tu o fizeste um pouco inferior a um ser divino, tu o coroaste de glória e honra” (Sl 8,5-6). Em meio ao sofrimento, Jó aprende que o Criador se preocupa não só com ele, mas com todos os seres vivos. A leitura não dá uma resposta clara às interrogações sobre o motivo do sofrimento de Jó, mas, no contexto da desgraça, nos aproxima do mistério do Deus vivo e verdadeiro. Jó aprendeu a se relacionar com Deus como um “Tu” pessoal, com quem ele podia conversar e se questionar. Jó aprendeu no sofrimento a se preocupar com os pobres e as injustiças que sofrem.

Salmo responsorial: Sl 106

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom,

porque eterna é a sua misericórdia.

Segunda leitura: 2Cor 5,14-17
Tudo agora é novo.

Pelo batismo formamos um só corpo com Cristo (1Cor 12,12-31; Rm 12,4-5). Cristo morreu por nós. Por isso não devemos viver para nós, mas para Ele, que por nós morreu e ressuscitou. Em Rm 14,8 Paulo reforça este pensamento: “Se vivemos, é para o Senhor que vivemos e se morremos, é para o Senhor que morremos”. É o amor de Cristo que nos impulsiona a vivermos como criatura nova. Porque tudo se torna novo a quem está em Cristo.

Aclamação ao Evangelho: Lc 7,16

            Um grande profeta surgiu, surgiu e entre nós se mostrou,

            é Deus que seu povo visita, seu povo, meu Deus visitou.

Evangelho: Mc 4,35-41
Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?

Marcos apresenta Jesus como alguém que tem autoridade para ensinar, tem poder de expulsar demônios, curar as pessoas e perdoar pecados. No evangelho de hoje vemos Jesus acalmando uma tempestade. É que Jesus tem o poder também sobre a natureza. Jesus não faz milagres para provar sua divindade, mas para socorrer as pessoas doentes e necessitadas. Os milagres supõem e exigem a fé das pessoas. Jesus, por exemplo, repreende os discípulos que o acompanham pela falta de fé: “Ainda não tendes fé”? (4,40). Diante de um milagre, alguns reagem com entusiasmo, como o homem de quem Jesus expulsou uma legião de demônios, que insistia em segui-lo (5,18). Outros apenas tocavam com fé a Jesus e ficavam curados (5,34); outros, ainda, reagiam com ironia (5,40) ou incredulidade (6,5-6). Mas precisamos ler também nas entrelinhas de uma narrativa de milagre, para perceber o que ele ensina. Quando sobrevém a tempestade, Jesus, após um dia de intensa atividade, dormia tranquilamente sobre um travesseiro. Na sua humanidade, tinha fé no Pai e nele confiava. Os discípulos, cheios de medo, o acordam e o repreendem: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas”? Jesus dá uma ordem ao vento e ao mar e acalma a tempestade. Os discípulos, apesar da presença de Jesus, ainda não tinham fé na sua divindade. A repreensão que recebem é um convite a terem fé em Jesus e a fé que Jesus tem no Pai.

Vivemos em tempos de incertezas, a4meaçados pela pelo aquecimento global que nós mesmos provocamos, crises econômicas e políticas, desemprego, violência e agora abalados pela pandemia do Covid-19. Talvez surja o pensamento: Será que Deus se importa com tudo isso? É o momento de renovar nossa fé e clamar a Deus Pai. Ele está conosco no mesmo barco, desde que se fez homem em Jesus de Nazaré.

FREI LUDOVICO GARMUS, OFM

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