Institucional

4º Domingo da Quaresma, ano B

13.03.2021
Liturgia

4º Domingo da Quaresma, ano B


 Oração: “Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheio de fervor e exultando de fé”.

Primeira leitura: 2Cr 36,14-16.19-23
A ira e a misericórdia do Senhor se manifestam

pelo exílio e a libertação do povo.

A leitura de hoje faz uma reflexão teológica sobre a história do povo de Deus. A infidelidade das autoridades e do povo provocaram a ira divina, causando a destruição de Jerusalém e o exílio. O povo de Israel não deu atenção às advertências dos profetas e foi infiel à aliança com seu Deus. Segundo o Deuteronômio, a observância das leis da aliança traz o bem-estar e a proteção divina. A infidelidade, porém, provoca a desgraça (cf. Dt 28), como de fato ocorreu. Mas Deus quis que no final triunfasse sua misericórdia: Terminado o domínio dos babilônios, que destruíram a Cidade Santa e levaram as lideranças para o exílio, seguiu-se o regime dos persas. O rei Ciro permitiu o retorno dos exilados à Judá e a reconstrução de seu templo. A Bíblia Hebraica termina com a seguinte mensagem de salvação: “Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do céu, deu-me todos os reinos da terra, e encarregou-me de lhe construir um templo em Jerusalém, que está no país de Judá. Quem dentre vós todos pertence ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho” (36,23).

Salmo responsorial: Sl 136

Que se prenda a minha língua ao céu da boca,

se de ti, Jerusalém, eu me esquecer.

Segunda leitura: Ef 2,4-10
Uma vez mortos para os pecados, pela graça fostes salvos.

No texto que ouvimos Paulo insiste na gratuidade da salvação em Cristo. Nele, Deus nos amou apesar de sermos pecadores. Unidos a Cristo pela fé, Deus nos dá também a vida com Cristo. Como Cristo ressuscitou, pela nossa união com Ele já participamos de certa forma de sua ressurreição. Paulo reafirma que somos salvos pela fé, como dom da graça divina e não pelas obras que praticamos. A salvação é fruto da misericórdia divina, manifestada em Cristo. Por outro lado, Paulo afirma que Deus nos criou em Cristo para praticarmos o bem, para as obras boas que devemos fazer. Como o dono da vinha esperava colher os frutos de sua figueira, Deus espera que produzamos frutos de amor e solidariedade com o próximo. Como cristãos, seguindo o exemplo de Cristo que veio para servir, podemos diminuir a violência e a desigualdade social em nosso país, praticando o bem.

Aclamação ao Evangelho

Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

Tanto Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único;

Todo aquele que crer nele, há de ter a vida eterna.

Evangelho: Jo 3,14-21
Deus enviou o seu Filho ao mundo

Para que o mundo seja salvo por ele.

No diálogo com o fariseu Nicodemos Jesus recorda um fato ocorrido com Israel, na caminhada pelo deserto. Houve uma praga de serpentes venenosas que picavam os que se revoltaram contra Moisés e contra Deus, de modo que muitos morreram. Moisés suplicou e Deus mandou que fizesse uma serpente de bronze e a colocasse no alto de um poste. E todo aquele que olhasse para a serpente seria salvo da morte. Do mesmo modo, diz Jesus, era necessário que Ele fosse levantado (exaltado) na cruz para que todo aquele que nele crer ganhe a vida eterna.

Para João, o tema da morte de Jesus na Cruz e a consequente exaltação na glória pela sua ressurreição constituem o fundamento de nossa fé. Essa necessidade de ser ”levantado” está ligada ao amor de Deus, que “entrega” o seu Filho Unigênito para a salvação dos homens. Para ser salvo é preciso crer no Filho de Deus, aproximar-se da Luz que veio a este mundo (cf. Jo 1,1-13). Deus não quer condenar a ninguém, mas salvar a todos. A pessoa que não crê em Cristo, odeia a Luz e pratica o mal, é que se condena. Quem crê, aproxima-se de Cristo e pratica as boas obras. No entanto, não são nossas boas obras que nos salvam, e sim a fé em Cristo. As boas obras que praticamos são “realizadas em Deus” e manifestam seu amor neste mundo.


FREI LUDOVICO GARMUS, OFM, é professor de Exegese Bíblica do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ). Fez mestrado em Sagrada Escritura, em Roma, e doutorado em Teologia Bíblica pelo Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém, do Pontifício Ateneu Antoniano. É diretor industrial da Editora Vozes e editor da Revista “Estudos Bíblicos”, editada pela Vozes. Entre seus trabalhos está a coordenação geral e tradução da Bíblia Sagrada da Vozes.

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