Institucional

25º Domingo do Tempo Comum

18.09.2020

25º Domingo do Tempo Comum

 
1. Primeira leitura: Is 55,6-9
Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos.

O texto que ouvimos foi escrito antes de 540 a.C. por um profeta anônimo, discípulo do grande profeta Isaías (séc. VIII a.C.), quando termina o império da Babilônia e começa o império dos persas. O profeta convoca os exilados a buscar o Senhor “enquanto pode ser achado” e invocar “enquanto ele ainda está perto”. Buscar o Senhor com sinceridade já era o apelo do profeta Amós (Am 5,4-7). É o momento de invocar o Senhor; é a hora da conversão, pois Deus está pronto para perdoar. Ele não abandonou seu povo no exílio, como muitos pensavam. Pelo contrário, está bem próximo de seu povo e pode ser encontrado. Para que isso aconteça, o pecador deve buscar o Senhor, invocar seu santo nome e abandonar o mau caminho, pois Ele é generoso no perdão. Agora é o momento histórico para que isso aconteça: Ciro, o rei persa, vai permitir a volta do povo à Terra Prometida. O que parece humanamente impossível acontecer (vossos pensamentos, vossos caminhos...) – diz Deus – é possível para Deus (meus caminhos, meus pensamentos). Ele está acima dos reinos e Impérios e controla a história.
Nossa existência neste mundo é o tempo da conversão e da graça divina da salvação. Basta abandonar os maus caminhos e voltar-se a Ele para acolher sua graça. Deus não quer a morte de ninguém, mas convida todos à conversão (cf. Ez 18,32).

Salmo responsorial: Sl 144(145)
O Senhor está perto da pessoa que o invoca!

2. Segunda leitura: Fl 1,20c-24.27a
Para mim, o viver é Cristo.

A comunidade de Filipos era formada por alguns judeu e simpatizantes do judaísmo e, sobretudo, por muitos pagãos convertidos. É a primeira comunidade cristã da Europa fundada por Paulo, durante a segunda viagem missionária, pelos anos 49-50. Tornou-se a comunidade mais querida do Apóstolo, que a visitou mais duas outras vezes (em 57-58). Paulo escreve da prisão em Éfeso. É uma carta muito pessoal, na qual procura confortar e animar os cristãos. Nela expressa também seus sentimentos na perspectiva de uma possível condenação à morte. Nestas circunstâncias, Paulo se pergunta o que lhe seria melhor: morrer para estar definitivamente com Cristo – o que lhe seria vantajoso – ou viver para continuar servindo à comunidade? Em outras palavras, sem Cristo a vida não teria sentido para Paulo. O importante para ele é estar unido a Cristo, seja morrendo, seja vivendo pela causa do Evangelho. “Mas para vós é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo” – diz o Apóstolo – a fim de que os filipenses possam ter a mesma experiência de união com Cristo como a de Paulo. Para os cristãos o centro da vida cristã é Jesus Cristo.

Aclamação ao Evangelho:
Vinde abrir o nosso coração, Senhor;
Ó Senhor, abri o nosso coração,
E, então, do vosso Filho a palavra,
Poderemos acolher com muito amor.

3. Evangelho: Mt 20,1-16a
Estás com inveja porque eu estou sendo bom?

O texto do Evangelho é conhecido como a “parábola dos trabalhadores da vinha” ou melhor, “parábola do bom patrão”. Nesta parábola Jesus parte da realidade dura do trabalho no campo, de todos conhecida. Na lei judaica previa-se que o valor da diária (12 hs!) fosse pago no fim do dia. Era uma espécie de salário mínimo. No costume romano, o valor da diária era uma moeda de prata, considerado o mínimo suficiente para alimentar uma família de seis pessoas por um dia. Na época das colheitas, os homens que esperavam ser contratados reuniam-se, desde a madrugada, numa praça. Os patrões se dirigiam à praça, bem cedo, uma só vez, e iam escolhendo os mais fortes e saudáveis; assim, os mais fracos e doentes ficavam sobrando, às vezes, sem conseguirem trabalhar; com isso, a família ficava sem comida no final do dia. O bom patrão da parábola dirige-se várias vezes à praça e contrata os que “sobraram”. Com os primeiros combina, como diária, uma moeda de prata; aos outros promete pagar o que fosse justo, que, no costume de então, seria o proporcional às horas trabalhadas. No final do dia, o bom patrão começa a pagar pelos trabalhadores da última hora e lhes paga uma moeda de prata, o suficiente para sustentar uma família. Os contratados da primeira hora, vendo que os últimos ganhavam uma moeda de prata, esperavam ganhar mais de uma moeda de prata (valor combinado), e por isso reclamam. O bom patrão (Deus) responde que eles receberam o que foi combinado (justiça humana: “vossos pensamentos”, 1ª leitura), mas ele tinha direito de dar a mesma paga aos contratados nas últimas horas, pois levava em consideração a necessidade de suas famílias (justiça divina: “meus pensamentos”). Na resposta aos trabalhadores das primeiras horas, o patrão se justifica com três perguntas, que nos convidam a refletir no sentido da parábola: 1) “Não combinamos uma moeda de prata?” – 2. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence”? – 3. “Ou estás com inveja, porque eu estou sendo bom”? – A salvação trazida por Jesus Cristo não é um “direito” reservado aos judeus e fariseus (trabalhadores da primeira hora), que se consideravam perfeitos na observância da Lei. Pelo contrário, é oferecida a todos, incluindo pecadores e pagãos, trabalhadores da última hora. É assim que funciona a justiça de Deus. Ele oferece gratuitamente a salvação a todos seus filhos e suas filhas.

Frei Ludovico Garmus, OFM

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