Institucional

Epifania do Senhor

27.12.2019
Liturgia

Epifania do Senhor

 Oração: “Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu”.

1. Primeira leitura: Is 60,1-6
Apareceu sobre ti a glória do Senhor.

Em 597 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém e levou a elite governante de Judá, inclusive o sacerdote Ezequiel. Em uma de suas visões, na Babilônia, o profeta vê a glória do Senhor abandonando o Templo de Jerusalém, que seria logo destruído (587 a.C.), e dirigindo-se à planície onde os exilados estavam morando. Deus dispensava o Templo, mas queria estar com seu povo, no exílio. Ezequiel também promete que um dia os exilados seriam levados de volta a Jerusalém, haveriam de reconstruir o Templo e que a glória do Senhor voltaria com todo seu esplendor ao novo santuário. No texto da primeira leitura de hoje, um discípulo do profeta Isaías retoma as promessas de seu mestre (Is 9,1-6), convoca os exilados a voltarem a Jerusalém para reconstruir suas casas e o Templo. Com maestria, usa de uma linguagem poética envolvente. Vê a luz da glória do Senhor brilhando sobre Jerusalém, as luzes das lamparinas acesas, sinais de vida nas casas novamente habitadas. Jerusalém, brilhante como um facho luminoso, atrai não só seus filhos e filhas dispersos pelos diversos países, mas também os povos pagãos, ainda envoltos na escuridão. Se, no passado, Jerusalém fora saqueada pelos dominadores, agora, são camelos e dromedários que trazem gente de todos os povos, com suas riquezas e incenso, para proclamar a glória do Senhor. Mateus vê a realização desta profecia, quando Jesus inicia a pregação do Reino de Deus, na “Galileia dos pagãos” (4,13-17). Guiados pela estrela, os magos levam seus presentes a Belém para adorar o menino Jesus (Evangelho).

2. Segunda leitura: Ef 3,2-3a. 5-6
Agora foi-nos revelado
que os pagãos são co-herdeiros das promessas.

Paulo escreve à comunidade de Éfeso, onde a maioria dos cristãos era de origem pagã. Com alegria recorda a graça que Deus lhe concedeu de ter realizado o plano divino de trazê-los à fé cristã. O Evangelho que Paulo prega faz parte do plano de Deus a respeito dos efésios; é um mistério escondido no passado no coração de Deus e agora revelado: Não só os judeus são destinatários da salvação trazida por Jesus Cristo, mas também todos os pagãos. Por seu Espírito, Deus revelou este mistério: pela fé, a salvação trazida por Cristo une a todos numa só família, tanto judeus como pagãos (1ª leitura e Evangelho).

3. Evangelho: Mt 2,1-12
Viemos do Oriente adorar o Rei.

Os magos vêm do Oriente até Jerusalém porque viram um sinal especial no céu. Segundo uma profecia do profeta Balaão, no futuro, haveria de aparecer uma estrela no céu, sobre Israel. Seria o sinal de que teria nascido um rei em Judá, o Salvador de seu povo (Nm 24,17). Os magos conheciam a profecia de Balaão, um profeta pagão. Quando viram a estrela no céu, acreditaram ser o sinal que indicava o nascimento do rei salvador, esperado pelos judeus. É no Oriente que nasce o “astro Rei”, o Sol. Os magos, porém, seguem uma insignificante estrela, que os guia em direção ao Ocidente. Ao chegar a Jerusalém, a estrela some. Dirigem-se então ao palácio do rei e perguntam pelo rei dos judeus que acabara de nascer. Herodes fica alarmado, com medo de perder o trono, e toda Jerusalém treme, porque conhece a crueldade do rei. Herodes consulta os entendidos nas Escrituras, antes de responder aos magos. Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei respondem, citando o profeta Miqueias, segundo o qual o rei esperado deveria nascer em Belém. Os doutores sabem ler e interpretar as Escrituras, mas não acreditam. Herodes finge interesse em conhecer o menino, mas com a intenção de eliminar um possível concorrente ao trono. Só os magos, pagãos, acreditam na profecia bíblica de Balaão e nas palavras do profeta Miqueias. A fé dos magos, iluminada pelas Escrituras, faz reaparecer a estrela que os guia até a casa onde “viram o menino com Maria, sua mãe”. Prostraram-se em adoração diante do menino e ofereceram-lhe como presentes ouro, incenso e mirra; ouro, porque o menino é rei; incenso, porque é Deus, e mirra porque é homem, haveria de morrer por nós na cruz e seria embalsamado com mirra e aloés (Jo 19,39).
Enquanto os magos, guiados pela sua fé nas Escrituras dos judeus, com alegria vão ao encontro do Salvador, os chefes religiosos dos judeus o ignoram e Herodes vê no menino-rei uma ameaça para seu trono e procura eliminá-lo. Em Belém, a alegria; em Jerusalém, a tristeza e o temor.
Mateus escreve para uma comunidade mista, composta de judeus e de pagãos convertidos. Alegra-se com os pagãos porque acolhem o Evangelho com alegria, mas sente um profundo pesar por seus irmãos judeus, que o rejeitam. Mais tarde, admirado com a fé do oficial romano, Jesus dirá: “Muitos virão do Oriente e do Ocidente sentar-se à mesa com Abraão, Isaac e Jacó” (Mt 8,11).
Qual é a estrela que nos guia ao encontro de Cristo Jesus? Há dois modos de nos aproximarmos de Deus: pelos sinais da natureza e pelos Livros Sagrados. Santo Agostinho fala de dois livros escritos por Deus: um é o da criação; o outro, o da Bíblia Sagrada. A estrela de Belém é o próprio Cristo Jesus. Ele “é a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todas as pessoas” (Jo 1,9). Deixemo-nos iluminar e guiar pela Verdadeira Luz.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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