Institucional

3º Domingo do Advento, ano A

13.12.2019
Liturgia

3º Domingo do Advento, ano A

 Oração: “Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia”.

1. Primeira leitura: Is 35,1-6a.10
É o próprio Deus que vem para vos salvar.

A primeira leitura nos coloca no contexto do exílio da Babilônia. Muitos exilados da segunda geração se acomodaram à situação de povo dominado e exilado; outros, embora tendo conhecido a terra de Judá, Jerusalém e o seu Templo, não viam mais perspectivas de retorno. Não tinham mais ânimo nem de pensar o possível retorno à terra prometida, da qual estavam separados por um imenso deserto. O profeta dirige-se a estes judeus desanimados, para ajudá-los a confiar no Senhor que vem salvar seu povo. Quer abrir-lhes os olhos para a nova realidade política que estava surgindo: o cruel domínio de Babilônia seria substituído pelo “servo de Deus” Ciro, rei dos persas. Em breve, Ciro haveria de permitir o retorno dos exilados. O texto, repleto de alegria, encorajamento e esperança, é um convite para louvar o Senhor que “vem para nos salvar”. A imagem da transformação da natureza e do deserto num lugar pleno de vida é um convite para fortalecer os desalentados. Cegos novamente enxergando, coxos andando, surdos ouvindo e mudos falando são o alegre sinal da salvação que vem vindo (ad-vento), prenúncio de novos ventos soprando na política nacional e internacional (Evangelho).
Vivemos hoje tempos de profunda crise política, ética, econômica e social, agravadas pela corrupção, pelo desemprego e pela violência. Conseguimos sentir novos ventos do Espírito soprando, ouvir os clamores das ruas, das escolas e do povo sofrido? Nós, como Igreja de Cristo, responderemos a estes clamores? Somos portadores de esperança para os mais pobres e deserdados? Os exilados voltaram para sua terra e suas casas destruídas, com esperança de reconstruí-las. O Papa Francisco lançou um veemente apelo para cuidarmos com mais carinho de nossa “casa comum, o planeta Terra”, começando pelos pobres que nela vivem e incluindo o cuidado de todos os seres vivos que conosco convivem. Sentimo-nos convidados a participar deste esforço coletivo de toda a humanidade? Se ficarmos parados e sem ânimo, perderemos mais uma oportunidade de salvação, de transformação de nossas vidas... Abramos nossos olhos, nossos ouvidos e nosso coração e “caminhemos à luz do Senhor”.
Salmo responsorial: Sl 145
Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo.


2. Segunda leitura: Tg 5,7-10
Fortalecei vossos corações porque a vinda do Senhor está próxima.

Os primeiros cristãos esperavam que a segunda vinda do Senhor acontecesse em breve. Por isso, Tiago, depois de ameaçar com o juízo divino os cristãos ricos que atrasavam o salário dos trabalhadores (Tg 5,1-6), na leitura de hoje, dirige-se aos mais pobres e convida-os e permanecer firmes na fé e na esperança, aguardando a vinda do Senhor. Mas, nessa esperança da vinda do Senhor, o cristão não pode ficar parado. Deve imitar o exemplo do agricultor, que prepara o terreno, semeia a semente e, com paciência, espera a chuva e uma boa colheita. Recomenda também aos cristãos que, enquanto esperam a próxima vinda do Senhor, não fiquem brigando e discutindo entre si. Por fim, nos tempos difíceis em que a comunidade vivia, apresenta como modelo os profetas. Eles, em meio guerras, violência e destruição, levantavam a bandeira da salvação e da esperança de um futuro melhor.

Aclamação ao Evangelho: Is 61,1
O espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção,
Enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação.

3. Evangelho: Mt 11,2-11
És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?

A pergunta de João Batista – “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro”? –, não é para gerar dúvidas, mas certeza. João pregava um batismo de conversão; batizava as pessoas para significar o perdão dos pecados. Dizia ao povo que ele mesmo não era o salvador esperado. Mas, que, depois dele, viria alguém mais forte do que ele, do qual ele nem se considerava digno de carregar as sandálias. Quando Jesus soube que João tinha sido preso por Herodes Antipas (Mt 4,12s), retirou-se para a Galileia e fixou morada em Cafarnaum. Começou sua pregação e a escolha de discípulos. A pregação e os milagres que fazia tornaram Jesus conhecido em toda a região. E João, ao ser preso, tinha certeza que seria executado. Nesta expectativa, queria deixar claro a seus discípulos, e a nós também, quem era o verdadeiro salvador esperado, o Cristo prometido pelas Escrituras. A pergunta de João não gera dúvidas, mas busca a certeza. Esta certeza vem da resposta de Jesus: “Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”. Mais do que as palavras, são as ações de Jesus que evangelizam. Para concluir, Jesus dá seu próprio testemunho sobre a pessoa e o significado da missão do Batista: um homem austero, que fala e age com segurança, sem deixar-se abalar por qualquer adversidade em sua missão.
Nos tempos difíceis em que vivemos, como podemos nos preparar para receber o Senhor que vem nos salvar? A primeira leitura nos convida a esperar com alegria a Salvação que Deus nos preparou. A segunda propõe manter firme a fé na vinda do Senhor, apesar dos sofrimentos. O Evangelho aponta a conversão e o perdão dos pecados como a melhor preparação para o Natal do Senhor.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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