Institucional

28º Domingo do tempo Comum, ano C 2019

10.10.2019
Liturgia

28º Domingo do tempo Comum, ano C 2019

 Oração: “Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer”.

1. Primeira leitura: 2Rs 5,14-17
Naamã voltou para junto do homem de Deus,
e fez sua profissão de fé.

Entre Israel e Damasco havia permanente estado de guerra. Numa das incursões, um bando de arameus levou prisioneira uma garota de Israel. A menina se tornou criada da mulher de Naamã, um valente guerreiro que sofria de lepra. Um dia, a garota falou para sua patroa: “Se meu patrão pudesse se apresentar ao profeta de Samaria, ele o libertaria da lepra”. O profeta era Eliseu, muito conhecido em Damasco, porque se opunha aos crimes e à idolatria do rei de Israel. Num momento de trégua, Naamã, com toda a pompa de um guerreiro famoso, dirigiu-se até a casa de Eliseu para ser curado da lepra. Eliseu, porém, não o recebeu. Apenas mandou que fosse banhar-se sete vezes no rio Jordão. Furioso, Naamã já se preparava para voltar a Damasco, mas seus servos o convenceram a fazer o que o profeta lhe havia mandado. Naamã obedeceu e ficou limpo de sua lepra.
E, a primeira leitura de hoje nos conta que Naamã volta até Eliseu para agradecer a cura obtida. Ele queria dar presentes a Eliseu, mas o profeta se recusou a aceitá-los. Então, Naamã pede licença a Eliseu para levar em dois jumentos duas cargas de terra até Damasco, para, sobre ela, construir um altar e ali adorar o Deus de Israel, que reconhece como único verdadeiro Deus.
O que nos ensina esta singela legenda? O profeta é um simples intermediário do verdadeiro Deus. Transmite sua palavra que deve ser obedecida. A obediência exige humildade e fé: Naamã precisava acreditar que, banhando-se sete vezes nas águas do Jordão, ficaria curado (Evangelho). Não foi Eliseu que o curou, mas o Senhor Deus de Israel. Ele não é um Deus da morte (guerra), mas o Deus da vida que não conhece fronteiras nem limites de raça ou religião. Por outro lado, os dons gratuitos de Deus não são pagos; pedem gratidão, louvor e adoração, como o fez Naamã. A cura e a salvação são um dom gratuito (Rm 3,24), que Deus oferece a todos, judeus e pagãos.

Salmo responsorial: Sl 97
O Senhor fez conhecer a salvação
e às nações revelou sua justiça.


2. Segunda leitura: 2Tm 2,8-13
Se com Cristo ficamos firmes, com ele reinaremos.

Paulo está preso em Roma por causa do Evangelho que prega. Do cárcere continua animando Timóteo a lembrar-se sempre dos sofrimentos de Cristo e de sua ressurreição. Este é o Evangelho que Paulo prega e razão de estar agora preso num cárcere comum, como se fosse um malfeitor. Paulo sofre algemado, mas a Palavra de Deus não pode ser algemada. Por isso, exorta Timóteo a não esmorecer no anúncio desta Palavra, a fim de que todos alcancem a salvação que está em Cristo. Paulo conclui com um antigo hino cristão que exorta a manter uma fé firme e confiante. Mesmo se formos infiéis – diz Paulo – “Deus permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo”.

Aclamação ao Evangelho: 1Ts 5,8
Em tudo dai graças, pois, esta é a vontade
de Deus para convosco em Cristo Jesus.


3. Evangelho: Lc 17,11-19
Não houve quem voltasse para dar glória a Deus
a não ser este estrangeiro?

Hoje, no evangelho, é apresentada a narrativa da cura de dez leprosos, exclusiva de Lucas. Ele é o único evangelista não judeu, portanto um “estrangeiro”. Possível companheiro de Paulo nas viagens missionárias entre os pagãos, Lucas preocupa-se em mostrar que a salvação trazida por Cristo se destina para todos os povos (Lc 2,14.31-32; At 1,8). Não esconde sua simpatia pelos samaritanos, desprezados e considerados inimigos pelos judeus (cf. Lc 9,51-56). Esta simpatia se manifesta na parábola do Bom Samaritano, apresentado como modelo a ser seguido pelos judeus e por nós todos (10,30-37). Depois, nos Atos dos Apóstolos, os samaritanos são os primeiros não-judeus que acolhem o Evangelho pregado pelo diácono Filipe (At 8,4-25). O texto de hoje coloca a cena da cura de dez leprosos durante a viagem de Jesus a Jerusalém. Jesus passava, entre a Galileia e a Samaria, com seus discípulos e o povo. Quando estava para entrar num povoado, depara-se com um grupo de leprosos. Eles não podiam entrar no povoado por causa da doença que os afligia. Vendo Jesus passar, eles param à distância e gritam: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”! Ao vê-los, Jesus percebeu que desejavam ser curados, e lhes diz: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Era previsto pela Lei que um leproso que se considerasse curado devia apresentar-se aos sacerdotes. Os sacerdotes não curavam a lepra, mas deviam confirmar a verdade da cura, para que o leproso pudesse voltar ao convívio da família e participar do culto (Lv 14,1-32). Portanto, Jesus exige fé e confiança em sua palavra. Enquanto os leprosos se dirigiam a Jerusalém ficaram curados. Nove deles, quando se viram curados, foram apresentar-se aos sacerdotes, conforme exigia a Lei. Apenas um deles voltou até Jesus e, glorificando a Deus em alta voz, atirou-se a seus pés para lhe agradecer; e este era um samaritano! Com certo espanto, Jesus exclama: “Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este “estrangeiro”?! Os outros nove tiveram confiança na palavra de Jesus e ficaram curados. Cumpriram a Lei, mas não glorificaram a Deus que os tinha curado. O samaritano não foi até o templo de Garizim apresentar-se aos sacerdotes samaritanos, mas voltou glorificando a Deus e agradecendo a Jesus pela cura. Os sacerdotes de Jerusalém podiam apenas verificar a cura. Jesus, porém, diz ao samaritano: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.
Neste texto do Evangelho destacam-se a fé, a gratidão e a salvação universal em Cristo. Expressamos nossa fé com gratidão, como Naamã e o samaritano, pelos bens que Deus nos dá? A Eucaristia que celebramos é, por excelência, ação de graças, gratidão pela salvação que Cristo nos trouxe por sua morte e ressurreição.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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