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A vocação franciscana e o meio ambiente

02.10.2019
Notícias Ecoteologia

A vocação franciscana e o meio ambiente

 Os alunos da disciplina Conflitos Socioambientais, da graduação em Teologia do Instituto Teológico Franciscano, realizaram no dia 30 de setembro um trabalho de campo, para verificar in loco conteúdos trabalhados pela disciplina em sala de aula. A visita foi realizada em duas unidades de conservação ambiental federais, localizadas na Baía de Guanabara/RJ: APA (Área de Proteção Ambiental) de Guapi-Mirim e ESEC (Estação Ecológica) da Guanabara.

Estas duas áreas protegidas são responsáveis pela conservação do maior bosque de manguezal do estado do Rio de Janeiro, localizado na região do Recôncavo da Baía de Guanabara, nos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Apesar da existência de diversos impactos ambientais (industriais e orgânicos) que poluem a tão famosa Baía, os alunos puderam constatar que na região protegida pela APA e pela ESEC ainda há pujante vida animal e vegetal. É uma região de grande importância ecológica, responsável pela manutenção da vida naquele ecossistema. Alguns ambientalistas e pesquisadores vêm chamando a APA Guapimirim de “Arca de Noé” da Baía de Guanabara, em alusão ao potencial que a área tem em guardar o patrimônio genético de animais e plantas que, num passado não muito distante, ocupava toda a Baía. Uma vez que se consiga reduzir a poluição que aporta na Baía, acredita-se que a vida marinha, atualmente restrita à APA, venha a recolonizar todo aquele ecossistema, dentro de duas décadas. Além da dimensão biológica, a APA e a ESEC guardam também considerável importância histórica, pois ilustram a paisagem pretérita da Baía, anterior à colonização portuguesa do Brasil. Lá se tem uma imagem viva da paisagem que outrora encantou os ocupantes das caravelas que chegaram ao nosso país, há mais de cinco séculos.

Na região moram comunidades tradicionais de pescadores artesanais e caranguejeiros, que extraem do meio ambiente, através de técnicas de pesca herdadas dos povos indígenas que primeiro habitaram ali, os recursos pesqueiros necessários a sua reprodução material e cultural. Os alunos puderam ver alguns pescadores exercendo seu ofício. Tais populações encontram-se ameaçadas pelo avanço da indústria petrolífera e da criminalidade que, infelizmente, impacta toda a baía de Guanbabara. Foram convidados a refletir sobre estes conflitos socioambientais, à luz das ciências naturais e sociais, bem como identificar as relações com a Teologia e o papel do teólogo em lidar com tais questões, a partir da vocação franciscana que convida e impele ao envolvimento e atuação direta nas situações de degradação ambiental e injustiça social.

A visita se deu através da navegação fluvial no rio Guapimirim, cruzando o bosque de mangue e chegando ao fundo da Baía. Após a visita embarcada, foi realizado um almoço em um restaurante que apoia a pesca no local, onde o grupo pode experimentar peixes coletados naquele ambiente. O trabalho foi encerrado com uma palestra na sede da APA, proferida pelo biólogo Maurício Muniz, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão responsável pela administração das unidades de conservação federais.

A aplicação do recurso didático de visitas de campo complementa a formação teórica oferecida no ITF, possibilitando aos estudantes uma imersão na realidade socioambiental estudada e contribuindo com a missão franciscana, enfatizada pelo Papa Francisco, de atuar no cuidado de nossa Casa Comum.

*Breno Herrera

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