Institucional

Assunção de Nossa Senhora ao Céu

16.08.2019
Liturgia

Assunção de Nossa Senhora ao Céu

 Oração: “Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória”.


1. Primeira leitura: Ap 11,19a; 12,1.3-6ab.10ab
Uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés.

O texto de hoje utiliza uma linguagem simbólica, de tipo apocalíptico, linguagem apropriada para revelar o agir de Deus na história de seu povo. O templo que se abre não é mais o segundo templo de Jerusalém, reconstruído após o exílio, mas é o templo escatológico, do fim dos tempos. A antiga arca da aliança, guardada no templo, marcava a presença do Deus que libertou seu povo da escravidão do Egito. Lembrava também a aliança que Deus fez com Israel no monte Sinai. A arca desapareceu quando Jerusalém foi destruída pelos babilônios (587 a.C.). Segundo a lenda, a arca foi escondida pelo profeta Jeremias num lugar desconhecido, para ser reapresentada “quando Deus reunir de novo seu povo disperso e lhe fizer misericórdia” (2Mc 2,5-8). Segundo o vidente do Apocalipse, a tenda na qual Deus vai morar com a humanidade redimida reaparecerá na nova Jerusalém. Então, a antiga aliança será substituída pela nova e definitiva aliança com Deus (Ap 21,1-4).
A mulher com a coroa de doze estrelas simboliza o povo de Israel do qual nasceu o Messias, e também Maria, a mãe do Messias. A criança (Messias) recém-nascida, ameaçada pelo dragão (falso messias), representa a Igreja perseguida. O dragão/serpente é o mesmo dragão cuja cabeça a primeira Eva haveria de esmagar (cf. Gn 3,15). De fato, esmagou por meio de Maria, a Mãe de Jesus, que nos trouxe o Salvador prometido (Ap 12,10).
Trata-se de um texto cheio de esperança para a comunidade cristã perseguida, no tempo do vidente João. Maria assunta ao céu resume em si toda a certeza do triunfo e da glória do povo de Deus. O dragão ameaça a criança recém-nascida, isto é, a vida da jovem comunidade cristã. No Evangelho, Isabel e Maria geram a vida que renova e traz salvação para a comunidade. Hoje, o dragão ameaçador é o capitalismo financeiro e consumista, que devora as riquezas de nossa “casa” comum. Ameaça não só a humanidade, mas a própria vida do planeta Terra. Que a Virgem Maria, Assunta ao Céu, nos proteja e nos ajude a esmagar a cabeça do dragão, símbolo das forças do mal.

Salmo responsorial: Sl 44(45)
À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.


2. Segunda leitura: 1Cor 15,20-27a
Cristo, como primícias; depois os que pertencem a Cristo.

Paulo nos diz que a ressurreição dos mortos acontece numa ordem de sequência, onde Cristo é o primeiro dos ressuscitados e garantia de nossa futura ressurreição: “Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda”. Ninguém melhor do que Maria pertence a seu Filho. A fé nos diz que em Maria já se realizou esta ressurreição, que todos nós esperamos, quando morrermos. Então, “o último inimigo a ser vencido será a morte” (1Cor 15,26).
Em 1950, o Papa Pio XII, declarou como verdade infalível de nossa fé que “a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”.

Aclamação ao Evangelho
Maria é elevada ao céu,
alegram-se os coros dos anjos.


3. Evangelho: Lc 1,39-56
O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor:
elevou os humildes.

O Cântico de Maria revela a pedagogia de Deus: Deus opera “grandes coisas”, isto é, a obra de nossa salvação, através da humildade de Maria, a serva do Senhor. No encontro das duas mães, Maria e Isabel, encontram-se também duas crianças, João Batista, o Precursor, e Jesus, o Salvador prometido. Pela saudação de Maria comunicam-se as mães. Mas o louvor de Isabel a Maria – aquela “que acreditou” – brota do reconhecimento prévio da presença do Messias Jesus por seu filho João. No seio de Isabel o filho se agita, dá o alarme e, cheia de alegria, ela exclama: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” É o encontro do tempo da promessa, que termina com João Batista, com o tempo da realização da promessa, que se inicia com Jesus. Torna-se verdadeiro o que diz o salmo: “Da boca das criancinhas tiraste o teu louvor” (Sl 8,3). De fato, porque duas crianças se encontraram – a promessa e a realização da promessa – Isabel louva Maria e Maria põe-se a louvar o Senhor, que fez grandes coisas nela e por meio dela, ao gerar em seu seio o Salvador do mundo. Assim se manifesta o amor misericordioso de Deus, para Israel, seu povo, e para toda a humanidade. Maria é Assunta ao céu. Maria que em sua vida colocou-se a serviço de Deus; por obra do Espírito Santo acolheu em seu ventre o Filho de Deus e tornou-se a serva do Senhor. Ao final de sua vida foi definitivamente atraída, assumida e glorificada por Deus: “Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3,22-23). Na Solenidade da Assunção de Maria ao Céu, o louvor de Maria torna-se nosso louvor. “Terminado o curso de sua vida terrena”, Maria assunta em corpo e alma ao Céu significa que nela já se realizou de modo absoluto a vida em Deus. Pois “a morte liberta a semente de ressurreição que se esconde dentro da vida mortal”. Para nós, a Assunção significa que aquilo que “Maria vive agora, no corpo e na alma, é o que nós iremos também viver quando morrermos e formos ao céu” (Leonardo Boff).

Frei Ludovico Garmus, ofm

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