Institucional

Páscoa do Senhor, ano C

17.04.2019
Liturgia

Páscoa do Senhor, ano C

Oração: “Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova”.


1. Primeira leitura: At 10,34a.37-43
Comemos e bebemos com ele depois que ressuscitou dos mortos.

Lucas traz um exemplo de como poderia ser o querigma, sito é, a pregação inicial dos apóstolos, testemunhas da ressurreição de Cristo, para os que ouviram falar de Jesus, mas, ainda não conheciam a fé cristã. Pedro está na casa de Cornélio, comandante do exército romano, que o convidou para que falasse sobre Jesus de Nazaré, algo mais do que ele já conhecia. Por isso, Pedro não perde tempo em falar de coisas conhecidas: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João”. Invertendo a frase, temos a estrutura dos evangelhos sinóticos: atividade de João Batista, atividade de Jesus na Galileia, paixão e morte de Jesus na Judeia. Pedro afirma que Jesus andou por toda a parte só fazendo o bem, porque “foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder” (v. 38). Apesar do bem que fazia na terra dos judeus e em Jerusalém, Jesus acabou sendo morto, pregado numa cruz. Mas Deus o ressuscitou dos mortos, ao terceiro dia, e Jesus se manifestou a eles. Os apóstolos foram escolhidos como testemunhas qualificadas, porque “comeram e beberam com Jesus depois que ressuscitou dos mortos”. Jesus foi constituído por Deus como Juiz dos vivos e dos mortos. Quem nele crê recebe o perdão dos pecados.

Salmo responsorial
Este é o dia que o Senhor fez para nós:
alegremo-nos e nele exultemos.


2. Segunda leitura: Cl 3,1-4
Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.

O autor desse texto convida os cristãos a guiarem sua vida pelos valores celestes e não pelos da terra. O cristão deve morrer para tudo que leva ao pecado, para viver uma vida nova em Cristo. Isso é simbolizado pelo batismo: no símbolo da imersão na água batismal morre o homem velho e, ao emergir, nasce o homem novo, para viver uma vida nova em Cristo. Como Cristo ressuscitou e está com Deus, diz o autor, assim nossa vida “está escondida, com Cristo, em Deus”. Esta vida se manifestará quando Cristo voltar triunfante em sua glória, no fim dos tempos. É o que diz Paulo ao falar da ressurreição dos mortos: “Cristo ressuscitou dos mortos como o primeiro dos que morreram”. Por isso, “assim, em Cristo todos reviverão. Cada qual, porém, em sua ordem: Cristo como primeiro fruto, em seguida os que forem de Cristo por ocasião de sua vinda” (1Cor 15,20-23). Quando isso acontecer, “o último inimigo a ser vencido será a morte” (1Cor 15,26). Para Marta, que chorava a morte de seu irmão Lázaro, Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25). Para quem crê em Cristo morto e ressuscitado, “O homem não nasce para morrer; morre para ressuscitar” (L. Boff).


Aclamação ao Evangelho: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
O nosso cordeiro pascal, Jesus Cristo, já foi imolado.
Celebremos, assim, esta festa, na sinceridade e verdade.


3. Evangelho: Jo 20,1-9
Ele devia ressuscitar dos mortos.

No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai de madrugada ao túmulo e encontra a pedra removida. É uma das mulheres que estavam junto à cruz, com a mãe de Jesus e o discípulo que Jesus amava. Não vai ao túmulo para ungir o corpo de Jesus, como as mulheres em Mc 16,1, pois Nicodemos e José de Arimateia já o tinham feito, usando aromas e trinta quilos de mirra e aloés (Jo 19,39-40). Como a mulher do Cântico dos Cânticos (Ct 3,1), bem de madrugada, ainda “no escuro”, ela sai para visitar o sepulcro e chorar o seu amado. Vendo a pedra removida, sai correndo para avisar a Pedro e ao outro discípulo: “Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram”. Os dois discípulos também correm para verificar o que aconteceu e buscar uma explicação. Com o Senhor morto e o sepulcro fechado, a vida parecia ter parado. Mas a pedra, que parecia selar para sempre o destino do Mestre, foi removida e o sepulcro estava aberto e vazio. O túmulo vazio, esvazia o poder da morte (1Cor 15,26). Primeiro entra Pedro e encontra apenas as faixas de linho, que envolviam o corpo, e o sudário, que envolvia a cabeça de Jesus. Depois entra o outro discípulo e encontra as mesmas coisas que Pedro; mas, ele “viu e creu”.
Por que Pedro viu apenas um sepulcro vazio e panos espalhados pelo chão? Por que o discípulo amado, a testemunha por excelência, “viu e creu”? Pedro pode ter pensado o que Madalena pensou: alguém roubou o corpo de Jesus, boato mencionado por Mateus. O discípulo amado, fiel a Jesus até aos pés da cruz, acreditou nas Escrituras que anunciam sua ressurreição. Porque amava, viu não apenas um sepulcro vazio, mas também os panos esvaziados, afrouxados, testemunhando a vitória de Jesus sobre a morte, porque tinha o poder de dar sua vida e de retomá-la (10,17-18). O discípulo amado lembra a figura do Apóstolo João. Representa, também, todo o cristão iniciado na fé, que ama o Senhor e é por ele amado. O discípulo amado é, por excelência, a testemunha de Cristo Ressuscitado. Ele não crê apenas porque “viu” o Cristo Ressuscitado como Maria Madalena, os Apóstolos e Tomé. Crê porque compreende a Escritura (como os iniciados), “segundo a qual Cristo devia ressuscitar dos mortos”.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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