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4º Domingo da Quaresma

25.03.2019
Artigos Liturgia

4º Domingo da Quaresma

Oração: “Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheio de fervor e exultando de fé”.

1. Primeira leitura: Js 5,9a.10-12
O povo de Deus celebra a Páscoa depois de entrar na Terra Prometida.

A primeira leitura nos coloca no clima das celebrações pascais. Páscoa significa “passagem”. Os hebreus, liderados por Moisés, celebraram a páscoa antes de passarem pelo mar Vermelho (Ex 12,1-20). Deus escolheu os hebreus como seu povo eleito e com ele selou uma aliança no monte Sinai. As andanças dos hebreus pelo deserto duraram “quarenta” anos. Neste meio tempo Moisés morreu e Josué assumiu a liderança do povo, em seu lugar. Conduzido por Josué, o povo atravessou o rio Jordão a pé enxuto, como haviam feito no mar Vermelho. Em seguida, foram circuncidados todos os homens nascidos no deserto (Js 5,1-8). Assim foram incluídos entre os descendentes de Abraão, que recebeu a promessa da terra e de uma grande descendência, que agora se cumpriam. Pelo rito da circuncisão o israelita era também incluído na aliança que Deus fez com o povo no Sinai. Por isso Deus diz a Josué: “Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito”. Libertados da escravidão do Egito entram na terra prometida por Deus a Abraão e sua descendência para uma vida nova (cf. 2ª leitura), a ser vivida com liberdade e dignidade. Deixaram de servir como escravos do faraó para servirem livremente o Deus libertador. Neste clima celebram com alegria a primeira Páscoa na terra prometida. Deixam de se alimentar do maná, e começam a se alimentar dos produtos da terra, recebida como dom de Deus.

Salmo responsorial: Sl 33
Provai e vede quão suave é o Senhor.

2. Segunda leitura: 2Cor 5,17-21
Por Cristo, Deus nos reconciliou consigo mesmo.

O texto de Paulo que ouvimos está focado no tema da “reconciliação”, termo que ocorre cinco vezes na leitura. O fundamental é “estar em Cristo”. O cristão, batizado em Cristo, é uma nova criatura porque nasce de Deus por meio de Cristo. Paulo se considera “ministro” da reconciliação. Segundo a pregação de Paulo, Cristo trouxe a reconciliação não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade. Por meio de Cristo, que morreu pelos nossos pecados, Deus abriu seu coração para reconciliação de todas as pessoas. Cabe a nós buscá-la. Por isso Paulo diz: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus”. A Quaresma é o tempo para reconciliar-se com Deus e com os irmãos.

Aclamação ao Evangelho
Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.
Vou levantar-me e vou a meu pai e lhe direi:
Meu Pai, eu pequei contra o céu e contra ti.

3. Evangelho: Lc 15,1-3.11-32
Este teu irmão estava morto e tornou a viver.
Domingo passado Jesus exortava seus discípulos à conversão e nos revelava a face de um Deus paciente e misericordioso, sempre pronto a acolher o pecador arrependido. O Evangelho de hoje aprofunda o tema da misericórdia divina. Lucas reúne no capítulo 15 três parábolas da misericórdia, a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo. A primeira se conclui com a frase “no céu haverá mais alegria por um pecador que se converte do que por noventa e nove justos” (15,7); de modo semelhante termina a segunda parábola termina: “Haverá alegria entre os anjos de Deus por um pecador que se converte” (15,10). O mesmo clima de alegria reina na parábola do filho pródigo, que termina com uma alegre festa pelo retorno do filho. O foco da parábola é o pai que acolhe com alegria o filho arrependido. Convém prestar atenção nos personagens envolvidos na parábola, no que eles fazem e no que eles dizem. No ponto de partida da parábola Jesus ocupa o centro da cena (v.1-3). De um lado temos os cobradores de imposto e pecadores que procuram Jesus para escutá-lo. Doutro lado estão os fariseus e mestres da Lei, que desprezam os pecadores. Não vêm para ouvir a Jesus, mas para criticá-lo: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
A parábola que Jesus conta é uma resposta às críticas dos escribas e fariseus e uma lição para nós, atuais ouvintes da Palavra de Deus. Prestemos atenção aos personagens da parábola, ao que eles dizem e fazem. Os gestos e as palavras do pai da parábola representam o Pai misericordioso revelado por Jesus (3º domingo da Quaresma!). O filho mais novo representa os publicanos e pecadores, que se aproximam de Jesus para ouvi-lo e são por ele acolhidos. O filho reconhece seu pecado e volta para pedir perdão: “Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho”. O irmão mais velho representa os fariseus e mestres da Lei. Afasta-se do irmão pecador, não o reconhece como irmão e nega-se a participar da festa preparada pelo pai. Considera seu pai injusto, não aceita a gratuidade do amor do pai a seu irmão pecador. Pensa como os fariseus e mestres da Lei, que se julgavam justos e merecedores de recompensa. Se o pai fosse justo lhe daria ao menos um cabrito para festejar “com seus amigos”, pois sempre obedeceu ao pai, e não “esse teu filho” que gastou a herança com prostitutas. – A atitude do pai é admirável. Quando o filho mais novo pede a parte da herança e rompe com a família, o pai o atende sem repreendê-lo. Nada fala, mas respeita sua liberdade. Quando o filho volta, antes que lhe peça perdão, corre ao seu encontro e cheio de compaixão, abraça-o e cobre-o de beijos. O pai não o repreende e nada lhe fala, mas seus gestos dizem tudo. O filho mais novo se considera indigno de ser chamado seu filho, mas o pai devolve-lhe a dignidade de filho: a melhor túnica, o anel no dedo e sandálias nos pés e prepara uma festa para a família. Vai ao encontro do filho mais velho e tenta reconciliá-lo com o irmão caçula: “Tu estás sempre comigo”... Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”. – A parábola do “filho pródigo” (melhor: “pai amoroso”) nos ensina a pedir perdão pelos nossos pecados e a perdoar nossos irmãos que pecam.

Frei Ludovico Garmus, ofm

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